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 | 31/05/2010 16h10min

Vaidade na infância pode ser prejudicial

Cada vez mais as crianças têm se preocupado com a aparência

É natural em determinada idade as filhas observarem a mãe se arrumando em frente ao espelho. Para as meninas, vestir-se e maquiar-se como a mãe não é o problema em si, isso é natural. Assim como é normal para muitas famílias deixar a TV ligada, fazendo com que as crianças vejam as imagens de atrizes sempre esbeltas.

Você conhece alguma criança que gosta de se maquiar e se vestir como gente grande?

Dados do Painel Nacional de Televisores do Ibope 2007 confirmam que a criança brasileira, entre quatro e onze anos, passa, em média, quase cinco horas por dia em frente à telinha. Na mídia, em propagandas de produtos e vestuários voltados para o público infantil, o que é mostrado como referência é sempre o belo. Mas até que ponto essa geração pode ser influenciada com certos padrões de beleza? E quando os pais devem se preocupar se a vaidade está passando dos limites?

Segundo a psicóloga Débora Trindade Lanna, os pais precisam mostrar aos filhos que a aparência é importante, mas não é tudo. “Eles devem estabelecer limites e dar como referência pequenos exemplos, tais como: não precisar seguir rigorosamente a moda e sim buscar aquilo que melhor se enquadre ao seu perfil e não ficar preocupado com o pneuzinho a mais, afinal a criança está em fase de desenvolvimento”, afirma.

Na opinião da psicóloga, a vaidade em excesso pode fazer com que as crianças queimem etapas fundamentais na infância como pular corda, correr, dançar, andar de bicicleta, além de comprometer o rendimento escolar. Para ela, o encurtamento da infância deve-se aos tempos atuais, onde a sociedade valoriza o ter em vez do ser.

Não é à toa que as crianças influenciam em até 80% as decisões de compra de uma família, segundo uma pesquisa realizada em 2007 pela TNS/InterScience, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países. No Brasil, 83% dos consumidores mirins são influenciados pela publicidade, 72% por produtos com personagens famosos, 42% pelos amigos, 38% por brindes e jogos e 35% por embalagens coloridas e atrativas.

“É preciso ter consciência de que criança não é um “miniadulto”. Quando elas se vestem diariamente como os pais, correm o risco de perder sua identidade, pois ainda não estão maduras nem física, nem emocionalmente para tal conduta”, alerta Débora Lanna. A vaidade na infância em proporções moderadas não é preocupante. No entanto, os pais têm o dever de estar atentos para diferenciar se a vaidade dos filhos é saudável ou se é um comprometimento sério no desenvolvimento da criança. O desejo exagerado de se sentir admirado ocasiona problemas sérios, até pelo fato delas estarem passando pelo momento de construção de sua personalidade. De acordo com a psicóloga, “esse processo define toda a vida do adulto e qualquer falha que possa ocorrer poderá afetar o psiquismo, gerando conflitos internos e o comprometimento de suas relações com a sociedade no futuro”, enfatiza.

Mas como os pais podem analisar se a vaidade do filho está fora do normal? Para Débora Trindade, deve ser motivo de alerta quando eles perceberem que seus filhos:
- tendem a priorizar mais a aparência do que qualquer outra coisa;
- não comem alegando que precisam perder uns quilinhos;
- gastam toda a mesada em roupas e cosméticos;
- preocupam-se de forma exagerada em ser popular na escola.

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Fonte: Literal Link Comunicação Integrada

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