| 28/07/2009 07h10min
Passados cinco meses da inauguração do Centro Popular de Compras, a ação de ambulantes irregulares voltou à ativa na Capital. Quem caminha pelas esquinas das ruas Voluntários da Pátria e Marechal Floriano, depara com camelôs que deveriam ter desaparecido desde 8 de fevereiro. A diferença: em vez das bancas fixas, eles utilizam caixas de papelão e de isopor para facilitar a fuga da fiscalização.
Imagens captadas pelo repórter fotográfico Ronaldo Bernardi exibem a artimanha: os camelôs — alguns escondidos, outros no meio do calçadão da Praça XV — abordam os
pedestres e oferecem meias, óculos, pilhas, isqueiros,
controles remoto de TV, antenas, entre outros artigos. A ação ocorre em boa parte da antiga área onde as bancas se situavam na Praça XV.
Quando percebem qualquer movimentação dos fiscais da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), os vendedores recolhem os materiais em questão de segundos e se escondem em algum lugar ao redor do terminal de ônibus.
A reportagem de ZH conversou com um ambulante que oferecia óculos por R$ 20, mas que
aceitava negociar descontos. A conversa se desenrolou por cerca de cinco minutos
mas, durante este tempo, acobertado por uma banca de revistas, o jovem não demonstrou medo por uma possível ação da fiscalização. Como o negócio não acontece, o vendedor diz que "está sempre por ali".
— Pode falar comigo qualquer dia. Aqui é tranquilo — disse, ao ser questionado sobre a possibilidade de ser detido pela fiscalização.
Na tarde de ontem, por volta das 16h50min, um veículo da secretaria estava estacionado a cerca de 40 metros dos vendedores. Não havia fiscais ao redor do carro. Apenas o motorista estava dentro do automóvel, conversando com uma pedestre. O secretário da Smic, Idenir Cecchin, acredita que os funcionários da fiscalização estavam à paisana, mas "o motorista atrapalhou o trabalho":
— O erro está no veículo estar ali. A ordem é o motorista largar os fiscais e sair do local. Até mesmo por estarmos trabalhando discretamente, sem coletes. Certamente ele (o motorista) atrapalhou o trabalho.
Segundo Cecchin,
esses ambulantes vendiam vale-transporte, mas com
a chegada do sistema Tri, agora migraram para outros produtos. Cecchin disse ainda que a ação da Smic está voltada para descobrir onde os ambulantes deixam e de onde eles trazem a mercadoria.
— É um trabalho cansativo, com paciência estamos chegando neste pessoal — finalizou.
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Em vez das bancas fixas, ambulantes utilizam caixas de papelão e de isopor para facilitar a fuga da fiscalização
Foto:
Ronaldo Bernardi
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