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 | 23/05/2009 06h10min

Comentaristas criticam uso de time reserva no Brasileirão

Especialistas do RS e do centro do país comentam polêmica que envolve os times gaúchos

Em sua apresentação no Estádio Olímpico, nesta semana, Paulo Autuori levantou uma questão polêmica. Perguntado sobre a opção de poupar jogadores no Brasileiro para a Libertadores, o técnico se disse "radicalmente contra" jogar com times diferentes em duas competições, política adotada pelo Grêmio em muitas ocasiões neste ano. O Inter, que agora chega às fases decisivas da Copa do Brasil, também começa a enfrentar este dilema.

Preservar ou não titulares? Usar time titular, misto ou totalmente reserva? Pontos perdidos no início do Brasileirão não farão falta no final? Para tratar este assunto, zerohora.com buscou a opinião de comentaristas gaúchos e também do centro do país. Todos condenam o uso de times reservas. Alguns, como Lédio Carmona — que comenta Inter x Goiás pelo SporTV — acham válido o expediente de poupar apenas alguns por jogo.

Confira os depoimentos:

Lédio Carmona, comentarista do SporTV

"Acho que os clubes brasileiros tentam imitar clubes europeus, mas fazem errado. Acompanho muito o Campeonato Italiano. Na Inter, de Milão, por exemplo, nas vésperas de jogos da Liga dos Campeões, o Mourinho botava um time misto. Ele tem 20 estrangeiros no grupo e faz sempre um revezamento. Mas nunca escalou só reservas, sempre respeitou o Campeonato Italiano. Inter e Grêmio têm elencos acima da média dos clubes brasileiros, em termos de qualidade e quantidade. São os melhores elencos do Brasil, junto com Cruzeiro, São Paulo e Corinthians. Acho que Autuori e Tite têm todas as condições de fazerem time misto. Se o Inter abrir uma vantagem no Campeonato Brasileiro, o Tite vai ficar bem para administrar o resto da temporada. Se ele bota só reservas e perde em Goiânia, não acontece isso. Acho totalmente lógico jogar com seis ou sete titulares, mas sou radicalmente contra escalar só reservas. Nenhum time no mundo faz isso. Tem que poupar apenas quem tem que ser poupado."

Maurício Noriega, comentarista do SporTV

"Vai muito da questão física. Se está para estourar, e hoje a medicina está avançada e permite perceber isso, acho que vale a pena poupar. Os times grandes do Brasil tinham que ter elenco suficiente para jogar duas competições. Não sei por que não têm ou pensam que não têm. O problema maior está no calendário. A gente perde muito tempo com campeonatos estaduais enormes. Não sou contra campeonatos estaduais, mas eles tinham que ser bem pequenos, como uma pré-temporada, para que nessa hora não fique acavalado tudo, Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro. Mas acho que, se ninguém estiver machucado, tem que jogar todo mundo."

Ruy Carlos Ostermann, colunista de Zero Hora

"Os técnicos têm que distinguir entre cansaço, esgotamento e estresse. São categorias que vitimam o jogador e podem acarretar problemas grandes. Deve-se levar em conta isso, mas nem por isso pode-se perder a quilha do time. Aí a ideia de jogar no sacrifício se torna inevitável. Nem sempre é possível jogar todos os melhores. Agora, também não se pode descaracterizar o time. Este foi o erro que o Grêmio cometeu e certamente não cometerá mais."

David Coimbra, colunista e blogueiro de Zero Hora

"Tem que poupar só quando o jogador está sentindo algum problema. Senão, tem que botar a jogar. No caso do Grêmio, um time mais reforçado não levaria 4 a 0 do Caxias. Mesmo que os reservas sejam bons jogadores, não é a mesma coisa que o time que vem jogando. O Paulo Paixão, talvez o melhor preparador físico do mundo, me disse uma vez que a melhor coisa é jogar quarta e domingo. Os jogadores também gostam de jogar quarta e domingo. Então isso é coisa do técnico, que diz que precisa de tempo para ensaiar as jogadas, e na verdade são muito poucos que fazem isso mesmo."

Diogo Olivier, colunista online de Zero Hora

"Depende do estágio do time. Se está em formação, não se deve ficar trocando. Na fase em que estão, Grêmio e Inter só precisam disso em fases decisivas. Tem que poupar jogadores para os quais não há reposição. No Grêmio, quem substituiria Tcheco e Souza? Agora, se há reposição, é preciso correr riscos. O caso do Inter me parece um pouco mais tranquilo. Se o Inter entende que o Rosinei supre a ausência do Magrão, por exemplo, não tem por que poupar o Magrão. A vitória contra o Palmeiras mostrou isso."

ZEROHORA.COM
Fernando Gomes / 

Autuori chegou ao Grêmio dizendo que é "radicalmente contra" uso de time reserva
Foto:  Fernando Gomes


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