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Chávez não consegue substituir tripulação de petroleiro em greve

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está determinado a acabar com a greve geral que já dura uma semana e que ameaça as exportações de petróleo do país. Mas a tentativa frustrada de substituir a tripulação em greve de um petroleiro mostrou neste domingo, dia 8, o tamanho do seu desafio. O petroleiro Pilin Leon, ancorado no porto de Maracaibo desde quarta, tornou-se o centro da greve. Quando a tripulação parou o trabalho do navio, os empregados de refinarias e de outros petroleiros também cruzaram os braços. A Venezuela é o quinto maior exportador de petróleo do mundo e fornece cerca de 15% do petróleo dos Estados Unidos.

Chávez ordenou a entrada de tropas no Pilin Leon, escoltando um juiz que levou um mandado para a tripulação entregar o controle do navio. Mas os soldados voltaram para a terra na manhã de domingo após a tripulação ter se recusado a entregar o navio, afirmando que estaria violando as leis marítimas internacionais se entregasse o controle da embarcação a oficiais desqualificados. O governo está procurando agora oficiais que possam conduzir o Pilin Leon e outros petroleiros. Lojas e outros negócios não relacionados ao petróleo também estão participando da greve.

Em discurso furioso neste domingo, Chávez, usando sua tradicional boina vermelha, disse a simpatizantes que substituirá os executivos da gigante estatal de petróleo PDVSA e prenderá capitães de petroleiros, que chamou de piratas. Chávez é acusado de governar no estilo de Fidel Castro, destruir a economia e incentivar o ódio entre classes com sua retórica populista.

A combinação de risco de desabastecimento e nervosismo está tornando difícil a vida dos venezuelanos comuns. Em Maracaibo, as filas de carro nos postos de gasolina atingiam centenas de metros. A greve começou na última segunda e é mais um desafio para o presidente, que enfrenta protestos há um ano e sobreviveu a um breve golpe de Estado em abril. A oposição quer a realização de um referendo sobre seu mandato em fevereiro. O presidente, eleito em 1998, disse que a Constituição só permite um referendo em agosto e pediu para seus simpatizantes tomarem as ruas para defender a democracia.

Na noite de sexta-feira, três pessoas morreram e 21 ficaram feridas quando foram disparados tiros na direção de um grupo de oficiais do Exército que se manifestava contra o presidente em uma praça de Caracas. A oposição, que culpou Chávez pelo ataque, fez uma passeata silenciosa em homenagem às vítimas, enterradas no domingo. Um português confessou o crime, mas suas declarações confusas – incluindo a alegação de ter sido sequestrado e estuprado – não esclareceram o motivo do tiroteio.

 

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