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 | 23/05/2007 20h55min

Governador de Alagoas admite que se encontrou com Zuleido

Teotônio Vilela enfatiza, no entanto, que nunca freqüentou a casa do empreiteiro

O governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela, admitiu nesta quarta-feira que teve um encontro há cerca de 40 dias com o dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, identificado na Operação Navalha como o mentor principal do esquema de fraudes em licitação públicas.

Segundo o governador, o encontro teria ocorrido no gabinete de seu suplente no Senado, João Tenório (PSDB-AL). Na ocasião, Zuleido teria sugerido a Teotônio que reivindicasse ao governo Lula a inclusão da obra do anel viário de Maceió no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

– Não foi um encontro secreto, caso contrário não teria sido no Senado. Zuleido sugeriu a inclusão do anel viário de Maceió no PAC. E eu disse a ele que achava essa uma obra muito cara e que o Estado tinha outras prioridades – contou o governador.

Segundo Teotônio, esse não foi o único contato que teve com Zuleido, uma pessoa que conhece há mais de duas décadas. Mas garantiu que o nunca freqüentou a casa do empreiteiro e que ele nunca teve qualquer influência sobre o seu governo em Alagoas, que desde o início do ano não abriu nenhum processo licitatório. Questionado se nunca havia desconfiado da Gautama, construtora que teria ficado conhecida por não concluir as obras da qual participava, o governador citou pelo menos um que ele sabia que tinha sido entregue.

– Ao que me conste, a Gautama concluiu a adutora do agreste – lembrou.

Teotônio fez questão de elencar as medidas que tomou no Estado depois das revelações feitas pela Operação Navalha, como a exoneração dos cinco assessores envolvidos diretamente no escândalo e a auditoria que solicitou na Secretaria de Infraestrutura com o acompanhamento do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e de representantes do Conselho de Contadores do Estado. Mas não deixou de externar sua tristeza, especialmente em relação à exoneração do representante do Estado de Alagoas em Brasília, Enéas Alencastro, que foi seu chefe de gabinete no Senado por anos.

– Fico triste. Enéas era um amigo de 30 anos. As investigações não foram concluídas ainda, por isso não quero pré-julgar ninguém – observou.

Ao chegar no plenário do Senado, na terça, depois de participar de uma audiência com o ministro das Cidades, Márcio Fortes, para tratar de investimentos em saneamento e habitação do PAC, o governador de Alagoas logo foi cercado por vários senadores. A maioria queria se solidarizar com o antigo colega, que mereceu uma referência na tribuna do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Numa postura diferente que teve em relação ao ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau e mesmo do governador de Alagoas, Renan preferiu não externar qualquer crédito de confiança em relação ao irmão e deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), que aparece entre os políticos suspeitos de terem atuado para liberar verbas para a construtora Gautama.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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