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 | 16/03/2007 09h38min

Lula cria 35º ministério para acomodar PSB e agradar Ciro Gomes

Atual ministro da Integração Nacional comandará a Secretaria Nacional dos Portos

Preocupado em agradar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar mais um ministério, o 35º de seu governo: a Secretaria Nacional dos Portos. Para comandar o novo órgão, ele vai convidar Pedro Brito, atual ministro da Integração Nacional e um velho aliado de Ciro.

O presidente definiu também que Walfrido dos Mares Guia será mesmo o novo ministro das Relações Institucionais e que a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy assumirá a pasta do Turismo. A conclusão da reforma ministerial, que ficou para o fim da próxima semana, depende agora da definição de quem será o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no lugar de Luiz Fernando Furlan.

Preocupado em agradar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar mais um ministério, o 35º de seu governo: a Secretaria Nacional dos Portos. Para comandar o novo órgão, ele vai convidar Pedro Brito, atual ministro da Integração Nacional e um velho aliado de Ciro. O presidente definiu também que Walfrido dos Mares Guia será mesmo o novo ministro das Relações Institucionais e que a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy assumirá a pasta do Turismo. A conclusão da reforma ministerial, que ficou para o fim da próxima semana, depende agora da definição de quem será o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no lugar de Luiz Fernando Furlan.

Como entregou a Pasta da Integração Nacional ao PMDB – o novo ministro, Geddel Vieira Lima, da Bahia, tomará posse hoje –, Lula decidiu compensar o PSB, criando a Secretaria Nacional dos Portos. Aliados históricos do presidente, os socialistas tinham, até ontem, dois ministérios – o da Integração Nacional, comandado por Ciro até o início do ano passado, e o da Ciência e Tecnologia, dirigido pelo físico Sérgio Resende, um aliado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Ciro e Campos são as principais expressões políticas do PSB.

Numa reunião com representantes do partido, o presidente anunciou que criaria a Secretaria de Portos e pediu que eles indicassem o ministro. No PSB, já se sabia, no entanto, que Lula tinha preferência por Pedro Brito, e que ele não aceitaria um nome que não tivesse a chancela de Ciro. A cúpula do partido decidiu, então, indicar Pedro Brito.

A idéia de criação da Secretaria Nacional dos Portos foi do líder do PSB na Câmara, deputado Márcio França (SP) – na verdade, o novo ministério cuidaria também dos aeroportos, mas a proposta acabou não vingando. O mais cotado para assumir o comando da pasta, desde o início das negociações, era o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara. Albuquerque é especialista no assunto, tendo sido secretário de Transportes no governo de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Além disso, tinha a seu favor o fato de ser um dos parlamentares mais leais a Lula no Congresso. Acabou sendo preterido por causa do prestígio de Ciro Gomes junto ao presidente.

Técnico de carreira do Banco do Nordeste, Pedro Brito é um antigo aliado de Ciro, tendo presidido o Banco do Estado do Ceará e dirigido a Secretaria de Fazenda durante sua gestão como governador daquele Estado. No Ministério da Integração Nacional desde 2003, foi chefe de gabinete e secretário-executivo de Ciro antes de assumir o comando da Pasta, em abril de 2006. Antes de tornar-se ministro, conquistou a confiança de Lula ao coordenar dois projetos prioritários: a construção da ferrovia Nova Transnordestina e a polêmica transposição do rio São Francisco.

Desde que o PMDB aumentou as pressões para abocanhar o ministério, o nome de Brito era dado como certo para, pelo menos, um " prêmio de consolação ", como a presidência do BNB ou a chefia da recém-criada Sudene. Um de seus desafios, na nova função, será aplacar a ira do PR (ex-PL), partido que hoje comanda o Ministério dos Transportes e que perderá a área de portos para a nova secretaria.

A predominância do PMDB – o partido terá cinco ministérios a partir de hoje – criou fissuras no PSB. Ontem, ao deixar a reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto, o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), disse que cinco pastas para PMDB e a perda da Integração Nacional por seu partido criaram um "desequilíbrio na coalizão".

– O presidente não pode provocar um desequilíbrio na base. O PMDB e o PT têm uma participação muito grande – criticou o senador.

No Conselho Político, que reúne os presidentes dos partidos aliados ao governo, Lula avisou que só concluirá a formação do ministério no fim da próxima semana.

– Tenho muitas peças ainda a fechar nesse quebra-cabeça – teria dito ele, segundo o presidente do PDT, deputado Carlos Lupi, cotado para assumir o Ministério da Previdência.

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