O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, negou nesta terça-feira que o governo Lula feito qualquer interferência no processo de disputa pela presidência do PMDB, como sugeriu nesta manhã o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, ao desistir de ser candidato ao comando do partido. Tarso disse que, para não deixar que fique uma imagem de intervenção no PMDB, Lula decidiu deixar para a próxima semana o anúncio oficial do novo Ministério.

– É um equívoco dizer que houve interferência no governo. Todos sabem da postura de simpatia e de acolhimento do presidente Lula para com Jobim, assim como sabem também que ele tem uma relação correta com a direção nacional do PMDB, representada pelo presidente Michel Temer – afirmou.

O ministro não quis rebater o argumento de Jobim de que os encontros de Lula – segunda-feira com o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), para formalizar a indicação do deputado para o Ministério da Integração Nacional, e nesta terça, com o presidente do partido Michel Temer (SP) – sejam, na prática, uma interferência.

Tarso disse que o PMDB da Câmara terá apenas um ministério, apesar da pressão dos deputados sobre o governo para ter duas indicações. Fica na conta do partido na Câmara o Ministério da Integração Nacional, com Geddel. José Gomes Temporão, indicado para o Ministério da Saúde, é um técnico apoiado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, e não é reconhecido pelo grupo da Câmara.

No comunicado desta terça, Tarso não confirmou Geddel, apenas admitindo que ele é um dos cotados. A expectativa era de que ele iria apresentar novos ministros, mas isso não ocorreu.

Mais cedo, Tarso de reuniu com o líder interino do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). O governo estaria pensando em criar uma Secretaria de Portos e Aeroportos, com status de ministério, para compensar o fato de que o PSB vai perder a Integração Nacional para o PMDB. Mas segundo a assessoria de Albuquerque, não houve avanços nas negociações.

Ainda que deixe o anúncio para a semana que vem, o presidente Lula já está com sua reforma ministerial praticamente fechada. Uma das mais im,portantes mudanças, pelo significado político que terá, será a escolha de Walfrido Mares Guia para a pastas de Relações Institucionais, no lugar de Tarso Genro, que vai para a Justiça. Walfrido acumularia a pasta de Turismo, a não ser que Lula precise dela para acomodar Marta Suplicy, hipótese já levantada na conversa com o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Mares Guia ainda está no PTB mas deve ser por incompatibilidade com o presidente do partido, Roberto Jefferson.