| 04/10/2006 09h58min
A Coréia do Sul se uniu hoje aos Estados Unidos e ao Japão e exigiu que a Coréia do Norte volte atrás em seus planos de realizar um teste nuclear, responsabilizando o regime comunista por todas as conseqüências de seus atos.
O presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, recomendou ao seu gabinete que aborde o tema com a cabeça fria, mas com firmeza. A crise foi desatada na terça-feira depois de o Estado comunista ter anunciado que realizará no futuro um teste nuclear. O chefe do Executivo sul-coreano ordenou fortalecer o alerta no país. Mas, segundo a agência de notícias Yonhap, que citou fontes militares, o alarme máximo não foi declarado e as tropas esperam com cautela.
Em fevereiro do ano passado, a Coréia do Norte anunciou que possuía armas atômicas e na terça-feira, pela primeira vez, disse que fará testes nucleares para aumentar sua capacidade de dissuasão diante da hostilidade dos Estados Unidos.
– A extrema ameaça dos Estados Unidos de desatar uma guerra nuclear, além das sanções e pressões que impõem, obrigam a República Democrática Popular da Coréia a realizar um teste nuclear, processo essencial para desenvolver a dissuasão atômica como medida de defesa – informou o Ministério de Relações Exteriores norte-coreano.
Na sua reação de hoje, o governo sul-coreano reiterou sua posição de que "nunca será aceitável que a Coréia do Norte possua armas nucleares" e pediu ao vizinho que "renuncie imediatamente ao plano de realizar um teste nuclear".
Em reunião do comitê de Relações Exteriores da Assembléia Nacional (Parlamento), o ministro da Unificação sul-coreano, Lee Jong-Seok, reconheceu que, ainda que não haja sinais de um iminente teste atômico, a Coréia do Norte cumprirá sua ameaça e fará a prova caso o diálogo multilateral sobre seu programa nuclear não seja retomado.
– Esse comunicado tem o objetivo de pressionar os EUA a mudarem sua postura – disse Lee, em referência às sanções financeiras impostas por Washington a Pyongyang, o que, para o regime comunista, é o principal obstáculo para a retomada das negociações.
As conversas multilaterais entre as duas Coréias, China, EUA, Japão e Rússia sobre o programa nuclear norte-coreano são boicotadas por Pyongyang desde a última rodada, realizada em novembro de 2005 em Pequim.
Para retornar às conversas multilaterais, Pyongyang exige que Washington suspenda as sanções impostas há um ano contra várias instituições financeiras que têm negócios com a Administração norte-coreana, sob acusações de lavagem de dinheiro para a Coréia do Norte e falsificação de dólares.
Na manhã desta quarta-feira, o chanceler sul-coreano, Ban Ki-Moon, discutiu a crise em uma conversa por telefone com o chefe da diplomacia chinesa, Li Zhaoxing. Os dois concordaram em tentar convencer a Coréia do Norte a não aumentar a tensão na região.
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