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 | 03/10/2006 07h44min

Coréia do Norte anuncia que fará teste nuclear

País pode ter recebido tecnologia do Paquistão para fazer experiência

A Coréia do Norte anunciou hoje que realizará "no futuro" um teste nuclear, segundo a Agência Central de Notícias do país, citada no Japão pela agência japonesa Kyodo e na Coréia do Sul pela Yonhap.

"A já anunciada posse de armas nucleares pressupõe a possibilidade de um teste nuclear", diz a mensagem do Ministério de Relações Exteriores norte-coreano. Segundo a cúpula norte-coreana, "a extrema ameaça dos Estados Unidos de desatar uma guerra nuclear, além das sanções e pressões que impõem, obrigam a República Democrática Popular da Coréia a realizar um teste nuclear, processo essencial para desenvolver a dissuasão atômica como medida de defesa".

Em agosto, os serviços secretos americanos e sul-coreanos já haviam revelado indícios sobre a realização de um possível teste nuclear para aumentar a força dissuasória norte-coreana. A rede de televisão americana ABC divulgou a notícia de que a espionagem americana havia detectado "um movimento suspeito de veículos" num dos lugares onde os norte-coreanos poderiam realizar testes nucleares subterrâneos.

Em fevereiro de 2005, a Coréia do Norte reconheceu que dispunha de armas nucleares. A Coréia do Norte boicota desde novembro o diálogo multilateral para desmantelar seu arsenal de armas nucleares, do qual participavam também a Coréia do Sul, Japão, China, Rússia e EUA. Para voltar às negociações, Pyongyang exige que Washington retire suas sanções financeiras.

A imprensa japonesa e sul-coreana informou em várias ocasiões que a Coréia do Norte pode ter recebido do Paquistão nos últimos anos os conhecimentos tecnológicos necessários para um teste nuclear subterrâneo. Os especialistas consideram que a Coréia do Norte possui plutônio suficiente para carregar 11 bombas nucleares. Mas ninguém afirma com certeza se o país comunista já desenvolveu o armamento.

A ameaça de um teste militar nuclear intensifica o desafio lançado pela Coréia do Norte em 5 de julho, quando disparou sete mísseis balísticos de testes, que caíram no Mar do Japão e provocaram uma grave crise internacional. Um deles era um Taepodong-2, capaz de alcançar a costa ocidental dos EUA.

AGÊNCIA EFE
 

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