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 | 02/10/2006 12h40min

Sistema anticolisão do Legacy estava funcionando

Equipamento foi testado antes de jato decolar da fábrica da Embraer

O sistema anticolisão do avião Legacy, envolvido no mais grave acidente aéreo da história do país, que resultou na queda do Boeing 737-800 da Gol na sexta-feira, estava funcionando. O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, assegurou ontem que o equipamento - chamado TCAS - foi testado antes de o jato decolar da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) na sexta-feira e também em sua chegada à base aérea da Serra do Cachimbo, no Pará, onde a aeronave fez um pouso forçado após o choque com o avião da Gol.

A hipótese de o equipamento que sinaliza a presença de outra aeronave em rota de colisão estar desligado foi negada por Zuanazzi:

- O aparelho estava ligado. No Legacy foi testado antes de sair, foi testado na chegada à base aérea do Cachimbo e estava funcionando. Segundo os pilotos, estava ligado.

As causas do acidente começaram a ser investigadas ontem com a análise da caixa-preta do jato executivo, que colidiu com o Boeing com 155 pessoas a bordo. Mas ainda não há prazo para a divulgação do relatório com os motivos que levaram à queda em uma região de mata fechada localizada em Mato Grosso.

Com base na experiência de quem presidiu a investigação de todos os acidentes aéreos ocorridos no Brasil entre 1976 e 1991 e, desde então, participou também da análise de vários desastres, Ronaldo Jenkins, diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação (Snea), classificou o episódio como "raríssimo" na história da aviação mundial.

Por isso, Jenkins acredita que é difícil determinar quando serão conhecidas as causas do acidente, cuja análise já começou em São José dos Campos. O executivo participará dos trabalhos de investigação, que contam também com a participação de técnicos de várias instituições da aviação civil brasileira. O prazo é de 90 dias, mas Jenkins antecipou que apenas uma investigação detalhada será capaz de determinar por que a colisão ocorreu e se ela efetivamente derrubou a aeronave da Gol.

A caixa-preta (na verdade, de cor laranja) registra a posição do avião, os dados dos aparelhos, os contatos do piloto com a torre do controle e as autorizações devidas.

Segundo Denise Abreu, diretora da Anac, houve uma colisão no ar entre a aeronave da Gol e o Legacy. A conclusão foi possível depois que os técnicos da comissão montada para investigar o acidente começaram a examinar o conteúdo das caixas-pretas. Foi a primeira vez que a Anac falou em choque entre as aeronaves.

A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) já tem uma idéia de como pode ter ocorrido o acidente. Considerados os indicadores preliminares, o Legacy deve ter atingido o avião da Gol na traseira, na altura da cauda.

- No choque, o jato teria acertado o profundor e o estabilizador horizontal do avião. Sem as peças, o aparelho perde o controle e cai de bico, na vertical - disse o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero.

Uma das hipóteses para a causa do acidente é que o Legacy tenha mudado de rota e alterado seu nível de vôo, entrando em rota de colisão com o Boeing. Essa mudança é feita em situações de intensa turbulência, mas precisa ser informada e autorizada pelo controle de tráfego aéreo da região, o que não está confirmado.

 

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