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 | 27/09/2006 10h22min

Deputados processados no Conselho de Ética preferem Lula

De 33 parlamentares pesquisados, 21 apóiam o presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)é o candidato preferido dos deputados que respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara por envolvimento no escândalo da compra superfaturada de ambulâncias.

Dos 51 parlamentares acusados pela CPI dos Sanguessugas, e que disputam cargos nessa eleição, 33 responderam ao levantamento feito pelo Globo. Desse total, 21 disseram que apóiam Lula, sete preferem Geraldo Alckmin (PSDB) e cinco disseram que não apóiam nenhum candidato. Procurados, os outros 18 não responderam à pesquisa.

Vinte e sete dos 51 investigados pela CPI dos Sanguessugas que concorrem nessa eleição tem chances de se reeleger, segundo consulta feita com parlamentares e lideranças nos Estados dos partidos dos acusados. A tendência é que 24 deputados sejam rejeitados nas urnas.

No Conselho de Ética, 67 deputados citados pela CPI estão respondendo a processo. O escândalo dos sanguessugas derrubou a candidatura de 16 deles, que representam 24% do total. Com a repercussão negativa do caso, esses deputados, que já tinham registrado suas candidaturas, desistiram da reeleição. Outros dois, César Bandeira (PFL-MA) e Robério Nunes (PFL-BA), concorrem a deputado estadual. Carlos Dunga (PTB-PB) também preferiu uma disputa de menor visibilidade e é suplente do candidato a senador Cícero Lucena (PSDB) na Paraíba.

Todos os 21 deputados que responderam à enquete do Globo e disseram apoiar Lula integram partidos da base do governo no Congresso Nacional. Mas, oficialmente, apenas o PCdoB e o PRB, do vice-presidente José Alencar, estão junto com o PT na coligação que disputa a reeleição. Os 21 estão assim divididos: do PMDB, dois; do PP, três; do PL, seis; do PTB, seis; do PT, um; do PSB, dois; do PSC, um. O Globo ouviu os próprios deputados e assessores de seus gabinetes.

Apesar de dizerem apoiar Lula e Alckmin, os 51 deputados, por conta do envolvimento de seus nomes no escândalo, têm se dedicado mais a suas campanhas. Nem todos eles estão, por exemplo, incluindo os nomes dos presidenciáveis nos seus panfletos de campanha eleitoral.

O deputado Paulo Gouvêa (PL-RS) disse não apoiar ninguém porque "não dá para dividir" com os candidatos a presidente. Ele reconheceu que as acusações feitas pela CPI o prejudicam.

– Essa campanha está muito difícil. Está exigindo muito trabalho, além das dificuldades financeiras –, disse Paulo Gouvêa.

Entre os 27 deputados que devem se reeleger, o partido que pode ter o melhor resultado. Dos 13 parlamentares da legenda citados pela CPI e que tentam voltar à Câmara, 11 estão bem cotados. Entre os que estariam próximos da derrota está a deputada Elaine Costa (RJ). Outra deputada do Rio que está com dificuldade em se reeleger é Laura Carneiro (PFL). Na pesquisa feita pelo Ibope no Estado, o nome dela não aparece entre os mais citados pelos eleitores.

Os três deputados que foram eleitos com votação pífia pelo Prona em 2002, no rastro do excelente desempenho de Enéas Carneiro, dificilmente vão dar a mesma sorte este ano. Ildeu Araújo (SP), Irapuã Teixeira (SP) e Vanderlei Assis (SP), que concorre agora pelo Rio, estão no PP, partido que têm candidatos que obterão mais votos que eles. Ildeu e Teixeira terão um bom puxador de voto em São Paulo, o ex-governador Paulo Maluf. Mas há outros candidatos que serão mais bem votados que os dois.

Único petista envolvido no esquema da Planam, João Grandão (MS) enfrenta dificuldades de se reeleger. Os dois integrantes da Mesa Diretora da Câmara acusados de quebra de decoro, João Caldas (PL-AL), quarto-secretário, e Nilton Capixaba (PTB-RO), segundo-secretário, deverão se reeleger sem problemas.

AGÊNCIA GLOBO
 

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