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 | 17/07/2006 14h40min

Reunião do G8 termina pautada pela crise no Oriente Médio

Representantes defenderam o envio de forças de estabilização à região

Os chefes de Estado e de governo do Grupo dos Oito (G8, sete países mais desenvolvidos e a Rússia) terminaram hoje sua cúpula anual no dia em que, como os anteriores, esteve condicionado pela crise no Oriente Médio. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que a cúpula – a primeira do G8 que o país organiza – "tinha sido um sucesso", e que todos os objetivos apresentados foram assumidos pelos participantes.

No entanto, Putin admitiu que a crise no Líbano tinha aumentado a tensão nos trabalhos da cúpula, pois teve que coordenar a declaração "sem nenhuma preparação prévia". Antes de começar a sessão de trabalho de hoje, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, propôs o envio de uma força de estabilização à região uma vez interrompidos os ataques, e o recebimento de um relatório que será elaborado por uma equipe da ONU.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, apoiou a idéia, enquanto o presidente da França, Jacques Chirac, falava da importância dessa força para o cumprimento da parte da resolução 1559 das Nações Unidas que ainda não foi seguida, que exige o desmantelamento das milícias armadas no Líbano. Segundo Putin, o G8 pediu ao Conselho de Segurança que estudasse a possibilidade do envio de forças ao Líbano e, além disso, ressaltou que será necessária "a conformidade" das partes envolvidas no conflito.

Em entrevista coletiva, Chirac também disse que o envio da força ao Líbano foi sugerido no comunicado sobre a crise do Oriente Médio, elaborado ontem pelo G8.

– Daríamos boas-vindas a que o Conselho de Segurança da ONU examinasse a possibilidade de uma presença internacional na região – segundo a declaração do G8 emitida ontem.

Chirac disse que a situação exige "uma intervenção externa para interromper os ataques e garantir a estabilidade das fronteiras". O chefe de Estado francês também disse que é "absolutamente essencial" que a resolução 1559 das Nações Unidas seja cumprida integralmente.

Essa determinação estipula a retirada das forças estrangeiras no Líbano – em referência ao Exército sírio, que já se retirou –- e o desmantelamento das milícias armadas nesse país – nesse caso, o Hezbollah

Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, disse que a força teria que ser "significativamente maior" e ter "uma missão muito mais específica" que o atual contingente da ONU na região (Unifil), que tem quase 2.000 membros e foi criado em 1978.

Funcionários americanos afirmaram que Washington quer esperar o relatório que será feito por uma equipe das Nações Unidas no local, antes de tomar uma decisão.

Em sua última sessão de trabalho, os líderes do G8 receberam seus colegas do G5, que representam os países em desenvolvimento.O G5 – formado por Brasil, Índia, China, México e África do Sul – recebeu o reforço do presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso.

Putin afirmou que o debate sobre o desenvolvimento do comércio mundial foi tenso, mas que todos se convenceram de que, "sem países como China e Índia, é impossível abordar os problemas financeiros e econômicos mundiais". O presidente russo resumiu o encontro destacando as iniciativas aprovadas pelo G8 sobre as doenças contagiosas, a segurança energética e a ajuda à África.

– Pela primeira vez, foi tratado todo o conjunto: a extração, o transporte e a distribuição – disse Putin, em relação à discussão sobre segurança energética. O chefe de Estado da Rússia afirmou que "isso levará a um clima estável e atrativo para os investimentos", idéia que foi compartilhada por outros interlocutores como a China, que segundo seu presidente, Hu Jintao, é ao mesmo tempo o maior produtor e consumidor de energia do mundo.

Sobre outros temas de política externa aprovados pela cúpula do G8, Putin citou as crises com a Coréia do Norte e com o Irã, que devem ser resolvidas de forma "exclusivamente democrática". O presidente russo também se referiu à "substancial contribuição" feita pelo chinês Hu Jintao aos debates.

AGÊNCIA EFE
 

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