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 | 17/07/2006 12h27min

Lula diz que líderes não podem ser omissos sobre Doha

Presidente participa como convidado especial de cúpula do G8

Como convidado especial do G8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda um discurso duro cobrando dos países desenvolvidos uma decisão política para destravar as negociações da chamada Rodada de Doha, dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula participou da reunião ampliada dos países do G8 (EUA, Rússia, França, Alemanha, Inglaterra, Japão, Itália e Canadá) com os seis países em desenvolvimento convidados para o encontro, entre eles o Brasil. O encontro ocorre em São Petersburgo, na Rússia.

– A Rodada para o Desenvolvimento está em crise. A omissão não é uma resposta aceitável. Não é uma crise técnica. É uma crise política. É uma crise de falta de liderança – disse o presidente.

O presidente disse que estava pronto a orientar seus negociadores a ter mais flexibidade nas negociações para viabilizar um acordo e cobrou:

– Não espero menos dos meus colegas aqui presentes.

Lula repetiu o argumento de que os "países pobres não precisam de favores" e criticou pesadamente os subsídios agrícolas concedidos pelos países desenvolvidos a seus produtos, chamando-os de "injustos e distorcidos".

– Uma Rodada que apenas cristalize o status quo, sobretudo no setor agrícola, equivalerá a condenar a expressiva maioria da Humanidade à fome e à miséria. É inaceitável e simplório o argumento de que os meus subsídios apenas compensam os subsídios dos outros. O patamar atual dos subsídios é excessivo, ilegal e desumano. Os dispêndios efetivos com subsídios agrícolas têm que cair de forma substancial – disse Lula, afirmando que o "apoio distorcido dos países desenvolvidos chega a US$ 1 bilhão por dia".

Numa crítica aos líderes do G8, Lula disse que os líderes não devem se reunir apenas para fazer "declarações formais" e sim para tomar decisões. O presidente disse que tomar medidas que facilitem o acordo na OMC é mais importante do que eventuais críticas e prejuízos eleitorais internos em seus países.

– Sabemos que, para fechar a brecha ainda existente, precisaremos tomar decisões que desagradarão alguns setores domésticos. Há sempre uma ameaça de perda de popularidade e de votos. Mas os verdadeiros líderes não pensam apenas na defesa de interesses imediatos – disse Lula, segundo discurso distribuído por sua assessoria.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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