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 | 02/05/2006 13h25min

Uruguai diz que falta vocação para integração no Mercosul

País manifestou intenção de deixar o bloco

O vice-presidente do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, afirmou que dentro do Mercosul "falta vocação para tomar decisões comuns", razão pela qual ocorrem confrontos como o do Uruguai e com a Argentina relacionado à instalação de duas fábricas de celulose.

Nin Novoa disse ainda que a atual situação de conflito entre os países "demonstra a fragilidade do bloco". O vice-presidente afirmou que a decisão da Argentina e do Brasil de que a questão seja resolvida em nível bilateral "é um novo e duro golpe para o Mercosul".

O governo uruguaio pediu, no início de abril, a convocação do Conselho do Mercosul, formado pelos ministros de Relações Exteriores e de Economia do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para analisar o problema. A solicitação foi apresentada ao governo argentino – que exerce neste semestre a presidência temporária do bloco – mas nunca chegou a se concretizar e nem obteve resposta.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, da Argentina, decidiram na semana passada, durante um encontro em São Paulo, que não haverá interferência de outros membros do Mercosul.

Apesar da decisão, "temos que continuar brigando nos organismos internacionais, regionais e em Haia", afirmou o vice-presidente.

– Vamos continuar apostando e lutando por um processo de integração que é imprescindível e para o qual estamos dispostos a fazer tudo o que for necessário. Naturalmente, a situação atual merece reflexão, especialmente porque não há compreensão de alguns países sobre a importância de todos e de cada um dos que integram o Mercosul –  ponderou Nin Novoa. Se essa postura não se alterar, "dificilmente poderemos conduzir uma integração adequada", acrescentou.

O conflito entre Uruguai e Argentina, que começou há um ano, se deve à construção no departamento (estado) uruguaio de Rio Negro de duas fábricas de celulose das empresas Ence (espanhola) e Botnia (finlandesa), que representam o maior investimento conjunto da história do país: US$ 1,8 bilhão.

As fábricas estão sendo construídas às margens do Rio Uruguai, limite natural entre os dois países e próximo à província argentina de Entre Ríos. As autoridades argentinas e moradores de Entre Ríos se opõem à construção devido ao potencial de contaminação do meio ambiente. Dirigentes uruguaios e empresas negam o risco.

Os protestos populares argentinos se fizeram sentir através de bloqueios das pontes sobre o Rio Uruguai que unem os dois países. O governo do Uruguai afirmou que a postura viola os tratados internacionais e do Mercosul, e manifestou a intenção de deixar o bloco.

AGÊNCIA EFE
 

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