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 | 07/04/2006 12h34min

Apenas um deputado renunciou oficialmente ao Conselho de Ética

Orlando Fantazzini encaminhou à Mesa da Câmara seu desligamento

Depois da anunciada rebelião desta quinta, os integrantes do Conselho de Ética que estariam deixando o órgão não formalizaram a sua saída. Até agora, apenas o deputado Orlando Fantazzini (P-Sol-SP) encaminhou à Mesa da Câmara seu desligamento oficial. Chega a seis o número de deputados que afirmaram que vão deixar o Conselho: Chico Alencar (P-Sol-RJ), Cézar Schirmer (PMDB-RS), Benedito de Lira (PP-AL), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG), além de Fantazzini.

Com a decisão dos deputados Chico Alencar (RJ) e Orlando Fantazzini (SP), ambos do P-Sol, de renunciar a seus mandatos no Conselho de Ética, o PT vai recuperar suas duas vagas perdidas quando Chico Alencar e Fantazzini migraram para o P-Sol.

Como os conselheiros são eleitos para mandatos de dois anos, o PT não conseguiu reaver as vagas quando os dois deputados deixaram o partido, no ano passado. Com a renúncia dos dois, o PT passará a ter três conselheiros titulares. Fantazzini já protocolou seu pedido de desligamento e a previsão é que Chico Alencar o faça no início da semana que vem.

O deputado Cláudio Magrão (PPS-SP), que é suplente, também anunciou que deixaria o Conselho e que seu partido sequer iria indicar novo integrante. Mas com a saída de Júlio Delgado, o que dará uma vaga de titular ao PPS, o partido resolveu pensar melhor se deixa ou não o Conselho. A vaga é do PPS, mas estava com Delgado desde que o deputado integrava a bancada do partido.

O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), informou que, mesmo que o partido decida abandonar o colegiado, primeiro vai esperar que os outros deputados oficializem a renúncia para evitar o que ocorreu no mês passado, quando um parlamentar do partido renunciou confiando que outros também o fariam, o que não se confirmou depois.

A confusão começou nesta quarta-feira, após a absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) no plenário da Câmara, contrariando a decisão do Conselho, que havia recomendado sua cassação. Em protesto, nove parlamentares chegaram a anunciar uma renúncia coletiva do Conselho de Ética, mas mudaram de idéia após o pedido do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).

Izar fez um apelo para que os deputados desistissem da renúncia e continuassem no órgão até o fim dos dois processos em julgamento: o dos deputados Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR), previsto para serem concluídos até o fim do mês. O caso de Janene ainda não voltou a tramitar no Conselho de Ética. Neste momento, o processo está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Eles estariam envolvidos no esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo, o mensalão.

Chico Alencar (P-Sol-RJ) disse que não há mais clima para aprovar no plenário qualquer processo de cassação e que o Conselho de Ética virou uma mera peça decorativa.

– A crise está instalada. O plenário nos desautoriza a todo momento. Nosso papel está esgotado – disse o parlamentar.

Chico Alencar disse ter conversado com Fantazzini e Schirmer, que estão em Buenos Aires (Argentina), e ambos confirmaram manter a decisão da renúncia.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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