Cinco deputados saíram do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Na manhã de hoje, nove já tinham pedido o afastamento como uma forma de protesto contra o Plenário da Câmara, que absolveu seis deputados que o conselho recomendou a cassação. Saíram Júlio Delgado (PSB-MG), Chico Alencar (P-Sol-RJ), Orlando Fantazzini (P-Sol -SP), Cezar Schirmer (PMDB-RS) e Benedito de Lira (PP-AL).

Chico Alencar disse ter conversado com Fantazzini e Schirmer, que estão em Buenos Aires, na Argentina, e ambos confirmaram manter a decisão da renúncia. Benedito de Lira confirmou à imprensa que também está deixando o Conselho de Ética a partir de hoje.

A renúncia em massa, segundo o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que se afastou da função nesta manhã, ocorreu porque o Plenário contrariou as votações do conselho, que, além de ser um órgão técnico, faz uma investigação profunda sobre as denúncias antes de votar um parecer. Segundo Delgado, a absolvição na noite de ontem do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que teve sua cassação aprovada pelo conselho por nove votos a cinco, acelerou o processo de renúncia.

O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), fez um apelo para que os deputados desistissem da renúncia e continuassem no órgão até o fim dos dois processos em julgamento: o dos deputados Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR). Eles estariam envolvidos no esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo, o mensalão.