Filiado ao PMDB há cinco meses, o vice-governador Antonio Hohlfeldt assume o governo do Estado por 23 dias no domingo. A marca de sua gestão relâmpago será a manutenção e a continuidade de projetos.

Ontem, a Assembléia aprovou por unanimidade – 38 votos a zero – a licença do governador Germano Rigotto do cargo. Até o dia 19 de março, ele se dedicará a buscar votos na prévia que indicará o candidato do PMDB à Presidência, na qual enfrenta o ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

Se Rigotto concorrer à Presidência, Hohlfeldt irá comandar o Palácio Piratini até 31 de dezembro e pode ser o candidato do PMDB à sucessão estadual. Presidente estadual da sigla, o senador Pedro Simon confirma que não estão previstas mudanças nesta etapa.

– Hohlfeldt tem um estilo mais incisivo. Rigotto age sempre à distância. Na administração, o vice-governador terá de refletir sobre as conseqüências de suas ações. Se ele ficar até o final do ano, poderá mexer na estrutura – afirma Simon.

Os substitutos dos 16 secretários estaduais que deixarão o Executivo para concorrer a deputado até 31 de março estão sendo estudados. O objetivo é escolher técnicos e manter o espaço da base aliada, vital na composição de alianças para a eleição.

No dia 30, a reforma do secretariado deve ser anunciada por Rigotto e Hohlfeldt para demonstrar que não há rompimento.

– A única coisa que muda é o comandante do barco. Afinal, não fizemos novas eleições – disse o vice-presidente estadual do PMDB, Sebastião Melo.

Embora tenha aprovado a licença, a oposição a Rigotto na Assembléia não economizou críticas à gestão do PMDB e ao governador. Líder da bancada do PT, o deputado Flávio Koutzii argumentou que a licença é uma manobra política para o governador fugir da responsabilidade de administrar a crise do Estado.

– O governo nunca teve um perfil claro e não fez nada. Desde o final de 2005, Rigotto está ausente. A equipe só pode tentar remendar alguma coisa até o término da licença – afirmou Koutzii.

MARCIELE BRUM/ZERO HORA