O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o Brasil quer uma investigação da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a invasão do Equador pela Colômbia, que resultou na morte de Raul Reyes, o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

— Vamos querer uma investigação da OEA para saber o que efetivamente aconteceu — disse o presidente, na cidade de Campinas, após participar da cerimônia de inauguração do Centro Nanotecnologia César Lattes.

Para o presidente Lula, o dado concreto no caso é que a Colômbia violou "a soberania territorial do Equador". Ele disse que conversou ontem com os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Kirchner, sobre o fato. Apesar de toda a crise, Lula afirmou acreditar em uma saída pacífica.

— O Brasil, como sempre, vai tentar trabalhar pela paz.

Na avaliação de Lula, "a América do Sul não está preparada para conflitos".

— E nós nem queremos conflitos porque a única chance de ver a América do Sul crescer, se desenvolver e virar um continente rico é se houver um clima de paz e tranqüilidade para trabalharmos em harmonia.

 

Lula disse que todos os presidentes da América do Sul sabem que a tranqüilidade nas relações entre os países é importante para manter o crescimento do continente e convencer os investidores estrangeiros.

— A paz é a coisa mais importante para que isso aconteça, e temos que evitar os conflitos — afirmou.

Ao falar do incidente que motivou a morte de integrantes da Farc, Lula ressaltou:

— Obviamente, do ponto de vista prático, a Colômbia poderia ter pedido ao Equador que fizesse a prisão de membros da Farc. Como isso não aconteceu, houve a divergência e vamos ter que encontrar uma solução para ela.

Questionado sobre as tensas relações entre os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, e da Venezuela, Hugo Chávez, Lula admitiu:

— Já faz tempo que existe uma guerra de nervos entre a Colômbia e a Venezuela.

Agência Estado