O presidente do Equador, Rafael Correa, iniciou hoje uma viagem por cinco países que começará no Peru, para expor sua tese sobre a crise com a Colômbia, após a incursão militar colombiana do sábado passado em território equatoriano. Correa partiu às 7h41 (9h41 de Brasília) do aeroporto Mariscal Sucre da capital equatoriana.

Durante sua viagem, o chefe de Estado equatoriano também irá ao Brasil, Venezuela, Panamá e República Dominicana. Correa está acompanhado do vice-chanceler equatoriano, José Valencia, e do ministro do Interior, Fernando Bustamante, informou uma fonte da presidência equatoriana.

Em Lima, Correa se reunirá hoje com o presidente peruano, Alan García, e depois irá ao Brasil para manter reunião amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 5 e 6 de março, o governante equatoriano visitará Venezuela e Panamá, e depois viajará a Santo Domingo, na República Dominicana, para discursar na reunião do Grupo do Rio, prevista para 7 de março.

Durante a viagem, o presidente do Equador exporá "a grave situação originada pela incursão de forças colombianas sem autorização em território nacional, em 1º de março", indicou a Chancelaria. Acrescentou que Correa também informará sobre a "deliberada e falaz tentativa de desviar a atenção da violação da soberania nacional e da integridade territorial do Equador com informações totalmente infundadas".

Nesse contexto, a Chancelaria se referiu às informações iniciais procedentes de Bogotá de que não se tinha violado o território equatoriano, mas depois acabou reconhecendo o ato. Também mencionou as versões de Bogotá sobre a existência de compromisso entre o Equador e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o que foi negado pelo Executivo equatoriano.

A incursão militar do sábado passado em uma operação contra as Farc causou a morte de 21 guerrilheiros, entre eles o porta-voz internacional e segundo no comando nas Farc, "Raúl Reyes". Além disso, o Ministério das Relações Exteriores informou que a chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, assistirá hoje à reunião do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.

Nessa reunião, Salvador apresentará a posição do país a respeito dos "graves fatos" ocorridos na zona fronteiriça com a Colômbia, que constituem uma "transgressão aos princípios de soberania e integridade territorial amparados pelo direito internacional", indica o Ministério de Exteriores equatoriano.