Com o número de pré-candidatos à Casa Branca cada vez menor, a disputa entre os democratas Hillary Clinton e Barack Obama nas próximas prévias fica ainda mais acirrada, mas também mais tranqüila para o republicano John McCain, que agora só tem como oponente de peso o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee. A dura queda-de-braço entre os democratas ganhará um novo round amanhã, quando os dois voltarão a se enfrentar nas primárias de Louisiana e nos cáucus — reuniões comunitárias nas quais os eleitores escolhem os delegados que vão participar da convenção nacional de seu partido — de Nebraska e Washington.
Quem entrará nessa briga em vantagem, pelo menos segundo as pesquisas, é Obama. Um dos motivos para isso é a grande porcentagem de afro-americanos em Louisiana, grupo populacional que vem favorecendo o senador por Illinois ao longo do processo eleitoral em curso. Além disso, em Washington, que fica na região oeste, é sede da Microsoft e se destaca por ser um dos pólos tecnológicos do
país,
abrigando um grande número de pessoas de alto poder aquisitivo e nível educacional, ele também é favorecido. A situação em Nebraska, no entanto, parece menos definida. Porém, os analistas destacam que, até agora, Obama se saiu melhor que Hillary nos Estados onde foram realizados cáucus.
![](http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/swf/especial_eleicoes_eua_01022008/eleicoes_thumbnail.jpg)
Republicanos Entre os republicanos, que amanhã votarão no cáucus do Kansas e também em Lousiana, ninguém duvida que, depois da retirada da pré-candidatura do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, será McCain o escolhido para disputar a presidência, apesar de Huckabee e do legislador do Texas Ron Paul continuarem na briga. Por conta dessa quase
definição, o debate no partido agora gira em torno de outras
questões, como quem será o companheiro de chapa de McCain ou que candidato democrata seria mais fácil derrotar.
A resistência da ala mais conservadora do Partido Republicano à candidatura do senador, que para alguns é muito liberal em algumas questões, faz alguns analistas cogitarem Huckabee, o mais votado entre a direita religiosa, como o vice da plataforma de McCain. por outro lado, analistas entendem que, para vencer seu adversário democrata em novembro, o melhor para ele seria atrair eleitores independentes e democratas moderados, algo em que Huckabee não o ajudaria.
Melhores oponentes A discussão sobre qual seria o melhor oponente democrata de McCain nas eleições também gera diferenças de opinião. Um número considerável de analistas acha que Hillary, uma figura muito polarizadora e que deixa os conservadores de cabelo em pé quando citada, daria mais chances a ele. Segundo os que defendem essa teoria, a
ex-primeira-dama faria a direita se unir e se mobilizar em
prol do candidato republicano.
Conrad Fink, ex-vice-presidente da agência de notícias Associated Press (AP) e professor de Jornalismo da Universidade da Geórgia, discorda. Ele admite que Hillary é polêmica e tem um pesado fardo político como mulher do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), mas entende que, num confronto com McCain, ela é a que tem mais experiência nas áreas nas quais o republicano também é forte, como política externa e os corredores do poder da capital americana.
Além desses debates, os analistas alertam que apesar da aparente vantagem de Obama nas prévias de amanhã, os Estados cruciais daqui até o fim das primárias e cáucus, em junho, são Ohio e Texas, que, por serem maiores em tamanho, enviarão mais delegados para a convenção de agosto. Hillary, dizem os analistas, é a favorita em ambos os Estados, que realizarão primárias em 4 de março e que podem ajudá-la a conseguir os 2.025 delegados necessários para sua nomeação.
EFE