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 | 08/02/2008 16h51min

Superdelegados podem decidir disputa democrata à presidência dos EUA

Figurões do partido têm voto livre e podem desempatar a briga entre Hillary Clinton e Barack Obama

Se a briga entre os pré-candidatos à presidência dos EUA continuar acirrada entre Hillary Clinton e Barack Obama, mesmo após as prévias dos Estados, a disputa final poderá ficar nas mãos dos superdelegados — um grupo com muito poder na política americana.

Entre os superdelegados há nomes como os de Bill Clinton, Jimmy Carter, Al Gore e Edward Kennedy (que já declarou seu apoio formal a Obama). Ao todo, eles somam 796 votos e tem "poderes especiais" no partido democrata: podem votar em quem quiser, independente das decisões das primárias em seus Estados.

Nesta sexta-feira, se as penalidades contra os Estados de Michigan e Flórida continuarem, há um total de 4.049 delegados escalados para escolher o candidato democrata para as eleições presidenciais, marcadas para 4 de novembro.

Destes, 3.253 serão escolhidos durante as primárias e 796 são superdelegados. E para ganhar a corrida é preciso ter, no mínimo, 2.025 delegados.

Como a disputa entre Hillary e Obama está muito apertada (ela teria hoje 1.033 delegados, contra 937 dele, segundo contagem da CNN), a decisão final pode se prolongar até a convenção democrata (agendada para o final de agosto) e ficar nas mãos desses caciques políticos.

Além de ex-presidentes e ex-candidatos, a classe privilegiada dos superdelegados inclui governadores, senadores, líderes partidários e representantes do Congresso indicados e eleitos pelo Comitê nacional do partido.

— Geralmente, a nomeação por prévias é clara e os superdelegados só corroboram a decisão. Neste ano, no entanto, eles terão importância maior, já que a campanha entre Clinton e Obama está muito competitiva — afirmou ao site G1 Andrew Karcho, especialista em política americana e professor da Universidade do Texas.

Segundo a agência de informação do departamento de Estado americano, o valor dos superdelegados está em seu poder de influenciar outros delegados. Mas esse poder pode tanto levar um candidato à nomeação como destruí-lo.

Em 2004, por exemplo, o ex-governador de Vermont Howard Dean perdeu o apoio de 130 superdelegados depois de ficar em terceiro lugar no caucus (assembléia de eleitores) de Iowa, derrubando suas esperanças de concorrer à Casa Branca.

De acordo com o adido diplomático do consulado americano no Brasil, Mark E. Kendrick, os superdelegados são relativamente novos no sistema político dos Estados Unidos. Kendrick explica que a designação foi criada na metade da década de 1970, após George McGovern perder por uma grande margem para Richard Nixon nas eleições gerais.

Grande parte das pesquisas recentes indicam que a maioria dos superdelegados dará seu apoio a Hillary. Mas ainda não há consenso. Blogs especializados apontam que Obama estaria avançando entre os superdelegados nos últimos dias, principalmente depois da Superterça, em que ele obteve vitória em mais Estados do que Hillary — que, no entanto, ganhou em regiões mais representativas, com mais eleitores (e, por conseqüência, com mais delegados).

— Normalmente, os superdelegados se mantém leais a seus candidatos, mas eles não tem nada formal até as votações. E, novamente, este não é um ano normal — afirma Kendrick.

A disputa entre os democratas está tão acirrada que existe a possibilidade de a briga terminar na Justiça. Isso porque Hillary venceu em dois estados que foram penalizados com a exclusão dos delegados na convenção por adiantarem a data das suas prévias.

Ela está tentando reaver esses votos para poder aumentar a vantagem sobre Obama. Se perder na convenção de agosto, ela pode brigar pela contagem de Michigan e da Flórida na Justiça.

— Sempre existe a possibilidade de se recorrer à Justiça quando os direitos dos votantes são violados nos Estados Unidos. O processo pode focar no direito das pessoas em ter seus votos contados — explica Kendrick.

O especialista Karcho, no entanto, não acredita que a disputa acabe nos tribunais.

— Acho que a nomeação será resolvida na convenção — afirma ele.

As informações são do site G1.

 
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