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 | 12/01/2008 01h30min

Governistas e oposição criticam Chávez na Colômbia

Proposta de retirar a qualificação de terroristas das Farc é rejeitada

Setores políticos colombianos ligados ao Governo de Álvaro Uribe, a oposição, a Igreja, militares da reserva e líderes do setor privado rejeitaram nesta sexta-feira a proposta do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de retirar a qualificação de terroristas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O presidente da Câmara de Representantes, Oscar Arboleda Palacio, pediu que o presidente Uribe retome de forma urgente a condução do acordo humanitário.

– A posição do presidente Chávez em torno das guerrilhas colombianas viola o Direito Internacional Humanitário e o Direito Internacional público, ao se intrometer em assuntos internos da Colômbia e justificar o seqüestro como forma de luta – disse Arboleda.

Para ele, as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN) sem dúvida são grupos terroristas, devido à natureza dos atos que cometem seus integrantes, como o seqüestro e os atentados. O legislador pediu uma convocação em caráter urgente da Comissão Assessora de Relações Exteriores, da qual fazem parte os ex-presidentes colombianos. Ele quer fixar uma posição diante da inaceitável intromissão do presidente da Venezuela nos assuntos internos do país.

O Secretário da Conferência Episcopal colombiana, monsenhor Fabián Marulanda, afirmou que a Igreja Católica não compartilha as pretensões das Farc de buscar o status de beligerância. Na sua opinião, a guerrilha não tem ideologia política.

Já a senadora Martha Lucía Ramírez, ex-ministra da Defesa, chamou de "abusiva" a proposta de Chávez. O conflito, ressaltou, "é um tema privativo dos colombianos". O senador Héctor Elí Rojas, do partido Liberal, de oposição, disse que é preocupante que Chávez esteja fechando hoje a porta que abriu ontem, numa referência à libertação pelas Farc de Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, mediada pela Venezuela.
Outro senador, o governista Elmer Arenas, opinou que a proposta de Chávez é "uma idiotice".

O presidente do Diretório Nacional Conservador, Efrain Cepeda, levantou a hipótese de que Chávez tenha negociado com as Farc esse pedido, em troca da libertação das duas seqüestradas. O ex-ministro de Relações Exteriores Augusto Ramírez Ocampo, membro da Comissão Nacional de Conciliação (CNC), afirmou que os fatos terroristas das Farc falam por si.

– É bem sabido que no cenário mundial uma organização armada que usa práticas terroristas, como armas com alvos indiscriminados, bombas e minas antipessoais, não merece qualificativo diferente do de terrorista – ressaltou Ramírez.

Empresários colombianos também criticaram o pedido do venezuelano a Uribe, que consideraram "inadmissível". O presidente da Federação Nacional de Criadores de Gado (Fedegan), José Félix Lafaurie, disse que as Farc são não apenas uma força terrorista mas também narcotraficante.

Já o presidente da Confederação de Câmaras de Comércio, Eugenio Marulanda Gómez, afirmou que as exigências do governante venezuelano são inadmissíveis. O país não pode se sujeitar a Chávez, acrescentou.

Para o general colombiano José Bonnet Locarno, ex-comandante das Forças Armadas, Chávez apagou com o cotovelo o que havia feito, porque a agressão foi contra a nação colombiana, atormentada pelas Farc. Ele recomendou que o Governo recorra à ONU, à OEA e à União Européia para denunciar a agressão contra a Colômbia.

EFE
 
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