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 | 11/01/2008 17h26min

Clara Rojas deve rever o filho em até duas semanas

Processo não deve ser acelerado para evitar traumas à criança

Emmanuel, o menino concebido e nascido em cativeiro, fruto da relação entre a ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Clara Rojas e um guerrilheiro, deve começar uma aproximação com a sua verdadeira família em "um prazo não maior do que duas semanas", anunciou nesta sexta-feira o ministro de Proteção Social do país, Diego Palacio. Ele indicou que o contato será feito preservando a integridade psicológica do menino, que tem hoje três anos e nove meses e foi separado de sua mãe quando tinha oito meses. Também serão respeitados os aspectos legais, uma vez que o garoto está sob o cuidado do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF).

Especialistas, como a psicóloga Lucía Nieto, da Fundação País Livre, que luta contra o seqüestro, advertiram que a aproximação de Emmanuel com Clara e os demais familiares deve ser progressiva e sutil, pois há risco de traumas. Segundo a especialista, o assunto passa inclusive pelo nome, pois a criança se auto-identifica como Juan David Gómez.

— Não esperem que, chamando de Emmanuel, o menino responda em seguida — advertiu.

A partir desse raciocínio, o ministro defendeu que o processo não seja acelerado e deixou nas mãos da Defensoria da Família a decisão de entregar "temporariamente" Emmanuel à família Rojas. Um laboratório espanhol confirmou ontem, por meio de testes de DNA, que o menino, entregue ao Instituto de Bem-Estar por um homem que disse ser seu tio, é o filho de Clara, libertada pelas Farc depois de cinco anos e 11 meses de seqüestro.

Palacio descartou que, depois da solidez das provas de DNA feitas com amostras da avó e de um tio do menino, sejam necessários novos exames com amostras da própria mãe. Clara, de 44 anos, ex-candidata à vice-presidência da Colômbia por um partido ecologista, disse, em Caracas, que deseja se encontrar com o filho o mais breve possível e que o chamará de Emmanuel, tal como decidiu quando ele nasceu, no meio da selva, com o apoio de enfermeiros das Farc.

— Estou viva por ele e espero que ele também por mim — afirmou, se abstendo de dar detalhes sobre o pai da criança, de quem só disse que não voltou a receber notícias.

Emmanuel, ou Juan David, é o símbolo da operação que terminou com a liberação de Clara e da ex-parlamentar Consuelo González. As Farc separaram o menino da mãe e o levaram a um hospital do Estado, mas a Defensoria do departamento de Guaviare, ao ver as más-condições em que estava, decidiu entregá-lo ao ICBF, que o enviou a um refúgio em Bogotá.

O ocorrido foi descoberto em dezembro, quando os guerrilheiros pretendiam recuperar o garoto para cumprir com o compromisso de o entregar ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Palacio confirmou que o menino precisará de uma nova cirurgia para corrigir a fratura do braço que sofreu durante o parto. Esse detalhe foi fundamental para sua identificação.

AGÊNCIA BRASIL
 
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