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 | 27/09/2007 15h27min

Harley apóia idéia de terceiro jogador no vôlei de praia

Técnico no banco de reservas é outra sugestão para o circuito mundial

Um dos favoritos à conquista do Aberto do Brasil, última etapa do circuito mundial nesta temporada, o brasiliense Harley disse nesta quinta-feira, em Fortaleza, que seria favorável a uma mudança nas regras do vôlei de praia que permitisse a entrada de um terceiro jogador em cada equipe e a presença do técnico no banco de reservas. O parceiro do carioca Pedro Solberg (Medley) acredita que essas mudanças contribuiriam para melhorar a dinâmica do esporte e deixá-lo ainda mais atraente.

De acordo com a sugestão de Harley, vencedor de três etapas do circuito mundial e uma do brasileiro em 2007, a utilização do reserva durante as partidas poderia ajudar no crescimento de uma equipe momentaneamente em dificuldades.

– Quem está de fora às vezes vê o jogo de uma forma diferente de quem está dentro. Além disso, sabemos que algumas equipes jogam melhor contra certas duplas, às vezes até superiores tecnicamente, mas podem ter problemas com outras não tão fortes. É aquela história de encaixar o jogo. A utilização do reserva quebraria essa lógica – imagina.

Harley, no entanto, lembra que o jogador extra só faria sentido se o técnico também pudesse trabalhar dentro da quadra – uma concessão em vigor no brasileiro, mas vetada no circuito mundial, onde a simples comunicação a partir das arquibancadas pode render uma advertência.

– Se é normal dois companheiros se desentenderem, três então... Já daria problemas até na hora de entrar na quadra, porque o que ficasse de fora não gostaria. Não é de nossa cultura esportiva aceitar a reserva passivamente. Nessa hora é que o comando do treinador seria importante – observa.

Harley e Pedro Solberg treinam na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, sob a orientação do técnico Renato França – um profissional afável no trato com os atletas e que jamais eleva o tom de voz. Segundo a dupla, a presença quase permanente de França na fase européia foi uma das razões do sucesso neste primeiro ano de parceria.

– Ele conhece muito de vôlei e nos fez mudar de atitude. Por encarar sempre um adversário por vez é que estamos há 19 jogos sem perder – justifica Harley. Neste período, a equipe venceu duas vezes os campeões olímpicos e tetra do circuito mundial, Ricardo e Emanuel.

Embora a idéia lhe agrade, Harley reconhece que não seria fácil encontrar um jogador que se adaptasse às diferentes características da dupla – ele joga mais no fundo da quadra, enquanto Pedro Solberg prefere atuar junto à rede.

– Teria de ser alguém que complementasse tanto um quanto outro. Dos que estão no mercado, sem atuar regularmente no circuito mundial, acho que Hevaldo e Bruno teriam muito a acrescentar ao nosso time – afirma.

Treinador de Márcio e Fábio Luiz, campeões mundiais de 2005, vice-campeões do circuito mundial de 2005 a 2007 e atuais líderes do brasileiro, Ronald Rocha concorda com a opinião de Harley, mas não acredita que a sugestão venha a ser implementada.

– Os dirigentes estão muito mais preocupados com os negócios do que com o esporte. Não há qualquer dúvida de que haveria um ganho no aspecto técnico – reforça.

 
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