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 | 04/05/2005 18h45min

Justiça dos EUA invalida julgamento sobre Abu Ghraib

Juiz militar disse que depoimentos rechaçavam declaração de culpa

A Justiça militar dos EUA invalidou esta quarta, dia 4, o julgamento da soldado Lynndie England, uma figura central do escândalo dos abusos cometidos contra prisioneiros no Iraque, depois de terem surgido provas que minaram o acordo selado por ela com a promotoria pelo qual a ré se declarou culpada.

O juiz do caso, coronel James Pohl, na corte militar, interrompeu os procedimentos várias vezes para advertir que os testemunhos de England, 22, e de outras testemunhas que depuseram em seu favor, buscando um atenuante na tentativa de ela ser sentenciada a uma pena menor, estavam se aproximando de uma declaração de inocência. O caso será enviado de volta para as autoridades competentes das Forças Armadas, que devem reiniciá-lo. O processo todo pode levar meses até ser concluído.

Fotos de England sorrindo ao lado de prisioneiros iraquianos nus, entre os quais um que estava preso por uma coleira, são as imagens mais conhecidas do escândalo de tortura ocorrido na prisão iraquiana de Abu Ghraib. Outros sete guardas envolvidos no caso já se declararam culpados. O juiz tomou a decisão de anular o julgamento de England depois de ouvir o depoimento de Charles Graner, então namorado da militar e o principal nome envolvido no caso.

Segundo Pohl, as declarações dele minavam a admissão de culpa apresentada por England. Graner afirmou que uma das fotos – aquela em que England aparece segurando um prisioneiro por uma coleira – apresentava apenas um procedimento legal realizado na prisão. Segundo Graner, que comentou o caso pela primeira vez, o prisioneiro que aparece na foto havia por diversas vezes ameaçado e atacado os norte-americanos.

– Coloquei o que chamo de uma corda especial no ombro dele e, naquele momento, ela escorregou para o pescoço dele. Pedi que ela (England) segurasse a corda para mim e tirei três fotos rapidamente – contou.

Em entrevista a uma emissora de televisão no ano passado, England disse que estava somente cumprindo ordens e adotou postura parecida no tribunal quando o juiz lhe perguntou pela primeira vez sobre sua declaração de culpa. Pelo acordo firmado com a promotoria, a ré admitia ser culpada em sete acusações feitas contra ela em troca de uma pena mais leve e do arquivamento de outras duas acusações.

Até o momento nenhum militar norte-americano de alta patente foi acusado por abusos contra prisioneiros apesar do surgimento de detalhes de práticas cruéis no Iraque, Afeganistão e na baía de Guantánamo, em Cuba.

As informações são da agência Reuters.

 
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