O presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi, não a aceitou a renúncia do premiê Silvio Berlusconi. O pedido de afastamento foi anunciado pelo primeiro-ministro ao Senado italiano nesta quarta, dia 20. Com a recusa, o gabinete de governo não deve ser dissolvido.

Silvio Berlusconi anunciou que irá formar imediatamente um novo governo com os mesmos parceiros da coalizão de centro-direita. Berlusconi disse ao Senado que está determinado a cumprir o restante de seu mandado de cinco anos como primeiro-ministro – levando-o a uma eleição geral em 2006.       

– Aceito o desafio de formar um novo governo – disse ele ao Senado, indicando que finalmente encontrou uma maneira de sair da pior crise política desde que assumiu o poder em 2001. 

Berlusconi foi forçado a renunciar por dois partidos aliados que exigiram mudanças na sua administração após a derrota nas eleições regionais.Ele havia tentado resistir ao pedido. Mas, segundo a Constituição italiana, um primeiro-ministro é obrigado a renunciar se fizer grandes mudanças em seu gabinete, deixando-o sem espaço para manobras

Berlusconi disse ao Senado que os quatro partidos da coalizão lhe garantiram que vão dar apoio   sua nova administração e pediu aos aliados que apóiem sua coalizão com um voto de confiança na quinta.

– Com sua confiança e seu apoio, escrevemos páginas importantes na história de nosso país – disse ele.

– Com sua confiança e seu apoio, tenho certeza que vamos escrever muitas mais – disse.

Berlusconi, que poderia se tornar o primeiro-ministro na Itália pós-guerra a comandar a mesma administração pelo mandato completo de cinco anos, criticou a constituição italiana, que o forçava a criar um segundo governo distinto.                                 

– Nas democracias Ocidentais mais avançadas ... o premiê que é eleito diretamente pelo povo pode mudar a equipe do governo quando for necessário sem ter crises longas – disse ele.

As informações são da agência Reuters.