Um dos principais parceiros na abalada coalizão do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, ameaçou deixar o governo na terça-feira, em uma mudança que poderia levar a eleições gerais antecipadas. O ministro das Relações Exteriores, Gianfranco Fini, líder da Aliança Nacional (AN), disse que seu partido só se decidiria sobre deixar o gabinete após Berlusconi falar ao Parlamento na quarta-feira, antes de um voto de confiança no dia seguinte.

Se a AN confirmar a ameaça de se tornar o segundo partido a deixar a coalizão de Berlusconi, o governo cairia um ano antes do prazo. Berlusconi enfrenta uma crise desde que o partido União dos Democratas Cristãos (UDC) deixou seu governo na sexta-feira, exigindo que ele promovesse mudanças após uma contundente derrota em eleições regionais, há duas semanas.  Tanto a UDC quanto a AN acreditavam ter assegurado uma promessa de Berlusconi para renunciar temporariamente na segunda –  uma atitude formal exigida pela Constituição italiana -- para formar um novo gabinete com uma nova plataforma política.                               

Mas em vez de entregar sua renúncia ao presidente Carlo Azeglio Ciampi, Berlusconi disse ao chefe de Estado que permaneceria e pediu um voto de confiança. A política italiana agora caminha para um território desconhecido, com Berlusconi aparentemente desafiando a UDC e a AN para ou apoiá-lo ou votar contra ele. Ambos os partidos dizem que apoiarão Berlusconi no voto de quinta-feira, mas que seu apoio futuro está em dúvida.