| 06/04/2005 08h00min
O depoimento de Wesley Cardia, ex-presidente da ISL do Brasil, nesta terça, dia 5, ao delegado André Mocciaro, pode ter dado um novo rumo ao inquérito sobre os cheques pagos pela multinacional de marketing esportivo ao Grêmio. Segundo o titular da 2ª DP, novos nomes surgiram na investigação. O testemunho teve duração de seis horas e foi redigido em sete páginas. Novos documentos foram entregues à Polícia e ainda nesta semana, quatro pessoas contemporâneas à parceria serão chamadas a depor.
– O Wesley foi muito claro e elucidativo. Surgiram muitos nomes alheios a Grêmio e ISL. E essas pessoas terão que ser ouvidas. Ele trouxe diversas questões que serão apuradas em seguida.
Duas das perguntas feitas por Mocciaro receberam respostas negativas de Cardia. Primeiro, ele afirmou desconhecer os dois endossos dos cheques (que possibilitaram que pessoas não autorizadas pelo Grêmio ficassem com os R$ 555.799, destinados ao pagamento de supostas multas cobradas por Rangers, River Plate e Palmeiras). Depois, disse não saber quem recebeu os cheques no Grêmio.
– Ele garante que a ISL apenas pagava o que o Grêmio pedia e que a contabilidade da empresa não contestou o pagamento – comentou o delegado. – O inquérito está sendo muito bem encaminhado e não serão admitidas interferências de terceiros.
Ao deixar a delegacia, por volta das 21h, acompanhado do advogado Ney Fayet Júnior, Cardia não se negou a falar aos jornalistas que o aguardavam durante seis horas. Tentou organizar uma coletiva quase no meio da rua Barbedo, em frente à DP. Mas ameaçou cancelar a entrevista, caso os flashes não parassem de espocar. Em seguida, mais calmo, declarou:
– O depoimento foi excelente e minhas declarações foram elucidativas. Entreguei documentos à Polícia, mas não seria educado de minha parte trazer a público as afirmações que fiz ao delegado.
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