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 | 02/04/2005 17h28min

Pontífice foi saudado em Porto Alegre como gaúcho

João Paulo II passou 22 horas na Capital em julho de 1980

Entre os dias 4 e 5 de julho de 1980, João Paulo II passou 22 horas em Porto Alegre, na única visita que um papa fez ao Estado. Ele participou de dois eventos oficiais. Na fria manhã do dia 5, um sábado, cerca de 300 mil pessoas se aglomeraram na rótula das avenidas Erico Verissimo, José de Alencar e Azenha, perto do Estádio Olímpico (atualmente conhecida por Rótula do Papa), para participar de uma missa celebrada pelo Pontífice.

Ao longo de duas horas, João Paulo foi interrompido inúmeras vezes por aplausos e coros, entre eles o famoso "Ucho-ucho-ucho, o Papa é gaúcho", que já tinha feito sucesso na noite anterior, quando a comitiva do Vaticano chegou ao Aeroporto Salgado Filho. Na celebração, o Papa falou sobre a fé cristã, a proximidade da Igreja com seus fiéis e sobre a importância do trabalho dos meios de comunicação social na difusão da religiosidade.

Os temas frustraram parte do público que esperava sermões parecidos com os pronunciados nas cidades que precederam a capital gaúcha na visita ao Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), onde João Paulo falou sobre temas sociais, desigualdades e reformas no capitalismo em favor dos pobres. No seu discurso em Porto Alegre, o Papa explicou o porquê de suas viagens ao redor do mundo:

– Porque o Papa veio de tão longe até nós? Pois bem, filhos diletíssimos, a razão é esta: vim para conhecer-vos melhor, para escutar-vos. Sou o primeiro Papa que chega a esta terra belíssima – disse na oportunidade.

Depois da missa, João Paulo foi até o ginásio do Gigantinho, onde participou de um evento para cerca de 8 mil membros da Igreja do Rio Grande do Sul. Ao chegar no local, foi recebido por tradicionalistas gaúchos. Paixão Côrtes, um dos mais conhecidos do Estado, ofereceu uma cuia de chimarrão ao Papa, que sorveu a bebida num gesto de amizade. Côrtes ainda colocou um chapéu gáucho preto de abas largas na cabeça de João Paulo.

Um dos fiéis que acompanharam a missa campal na cidade acertou o futuro do Papa para os próximos anos de papado.

– Este Papa é uma pessoa realmente maravilhosa. Não pensei que este polonês fosse tão alto e forte. Suas mensagens, na certa, vão revolucionar a Igreja. Acho que ele é uma pessoa que transmite muita energia – disse Adão Alves da Silva, que na época tinha 24 anos e era bancário.

ALEXANDRE DE SANTI
 
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