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 | 02/04/2005 17h25min

Karol Józef Wojtyla começou estudo religioso na Cracóvia

Polonês foi eleito Papa em 1978 com 58 anos

Karol Józef Wojtyla nasceu em Vadovice, uma pequena cidade polonesa a 50 quilômetros de Cracóvia, na Polônia, no dia 18 de maio de 1920. Na época, o país estava em guerra com a União Soviética. Ele era o segundo dos filhos de Karol Wojtyla e Emilia Kaczorowska. O futuro Papa perdeu a família cedo. Aos 21, já estava sozinho. Sua mãe morreu em 1929. Seu irmão mais velho, Edmund, que era estudante de medicina e por quem tinha uma grande admiração, morreu em 1932 de escarlatina. Seu pai, um tenente do Exército, faleceu em 1941, durante um rigoroso inverno na Polônia.

O caçula da família Wojtyla deve muito da sua criação ao pai, um militar que estava velho demais para participar da guerra e, por isso, sempre esteve em casa para ajudar na educação dos filhos. Karol era amante do futebol e jogava como goleiro durante a infância. Aos nove anos, fez sua primeira comunhão e aos 18 foi crismado. Após terminar os estudos do ensino médio em sua escola Marcin Vadovita de Vadovice, o futuro Papa se matriculou na Universidade Jagelleônica de Cracóvia e numa escola de teatro.

Quando as forças de ocupação nazistas fecharam a universidade, em 1939, o jovem Karol teve que trabalhar numa mina e depois na fábrica química Solvay para evitar a deportação para a Alemanha.

A partir de 1942, ao sentir a vocação para o sacerdócio, ele começou a fazer aulas em um seminário clandestino de Cracóvia, dirigido pelo cardeal Adam Stefan Sapieha. Os nazistas haviam proibido o ensino religioso. Ao mesmo tempo, foi um dos promotores do Teatro Rapsódico, também clandestino.

Após o término da II Guerra Mundial, continuou seus estudos no maior seminário de Cracóvia, novamente aberto, e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagelleônica, até ser ordenado padre na cidade, em novembro de 1946, aos 26 anos. Durante os estudos, onde sempre foi um aluno exemplar, aprendeu a falar alemão, latim e grego.

Depois, foi enviado pelo cardeal Sapieha a Roma, onde, sob a orientação do franco-dominicano Garrigou-Lagrange, se tornou doutor em teologia no ano de 1948, com uma tese sobre a fé na obras de São João da Cruz. Na época, aproveitou suas férias para excercer o ministério pastoral entre os imigrantes polacos da França, Bélgica e Holanda.

Em 1948 voltou à Polônia, foi vigário em diversas paróquias de Cracóvia e capelão dos universitários até 1951, quando voltou aos estudos filosóficos e teológicos. Em 1953, apresentou na Universidade Católica de Lublin uma tese intitulada "Avaliação da possibilidade da fundação de uma ética católica sobre o sistema ético de Max Scheler". Depois passou a ser professor de Teologia Moral e Ética Social no maior seminário de Cracóvia e na faculdade de Teologia de Lublin.

Em 4 de julho de 1958, fui nomeado bispo auxiliar de Cracóvia pelo papa Pio XII. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de setembro de 1958 na catedral de Vavel, em Cracóvia, das mãos do arcebispo Eugeniusz Baziak.

Em 13 de janeiro de 1964, com 43 anos, foi nomeado arcebispo de Cracóvia por Paulo VI, que o transformou em cardeal em 26 de junho de 1967. Além de participar do Concílio Vaticano II (entre 1962 e 1965), com uma importante contribuição na elaboração da Constituição Gaudium et spes, o cardeal Wojtyla fez parte de todas as assembléias Sínodo dos Bispos.

Com a morte de João Paulo I, que morreu com apenas um mês de papado, Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, após três dias de reunião entre os arcebispos. Para homenagear o antecessor, o novo papa escolheu o nome de João Paulo II. Karol Wojtyla foi o primeiro pontífice não-italiano em 455 anos. Para chegar rápido a Roma após a morte de seu antescessor, Karol Wojtyla viajou de carona até o Vaticano. O carro dele havia quebrado.

Entre os principais documentos publicados pelo Papa estão: 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas; e 44 cartas apostólicas. Ele também publicou cinco livros: "Cruzando o Limiar da Esperança" (de outubro de 1994); "Dom e Mistério: o Quinquagésimo Aniversário da Minha Ordenação Sarcedotal" (novembro de 1996);  "Tríptico Romano: Meditações", livro de poesias, editado em março de 2003; "Levantai-vos! Vamos!" (maio de 2004); e "Memória e Identidade" (a ser publicado no primeiro semestre deste ano).

Sob o pseudónimo Andrzej Jawien, João Paulo II também escreveu uma peça de teatro, "A Loja do Ourives" (1960). Os seus escritos éticos e teológicos incluem "Amor Frutuoso e Responsável" e "Sinal de Contradição", ambos publicados em 1979. A sua primeira Encíclica, "Redemptor Hominis" (Redentor dos Homens, 1979), explica a ligação entre a redenção por Cristo e a dignidade humana.

Encíclicas posteriores defendem o poder da misericórdia na vida dos homens (1980), a importância do trabalho como "forma de santificação" (1981), a posição da igreja na Europa de Leste (1985), os males do Marxismo, materialismo e ateísmo (1986) o papel da Virgem Maria como fonte da unidade Cristã (1987), os efeitos destrutivos da rivalidade das superpotências (1988), a necessidade de reconciliar o capitalismo com a justiça social (1991) e uma argumentação contra o relativismo moral (1993).

A 11ª encíclica de João Paulo II, "Evalegium Vitae" (1995), reitera a sua posição contra o aborto, controle de natalidade, fertilização in vitro, engenharia genética e eutanásia. Defende também que a pena capital nunca é justificável. A sua 12ª encíclica, "Ut Unum Sint" (1995) refere temas que continuam a dividir as igrejas Cristãs, como os sacramentos da Eucaristia, o papel da Virgem Maria e a relação entre as Escrituras e a tradição. A 13ª encíclica "Fides et Ratio" foi lançada em 14 de Setembro de 1998 e fala sobre as relações entre a fé e a razão. A última, "Ecclesia de Eucharistia", de 17 de abril de 2003, trata da eucaristia.


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