A arma mais poderosa do Partido Democrata está voltando à batalha. O ex-presidente Bill Clinton, considerado a maior carta do partido tanto por amigos quanto pelo adversário, entra na campanha do candidato John Kerry nesta segunda, dia 25, em o que analistas vêem como um potencial impulso para o senador de Massachusetts.

– Só pode ser algo positivo – disse o estrategista republicano Roger Stone, que classificou a ausência de Clinton depois de sua cirurgia cardíaca de setembro de "potencialmente devastadora" para Kerry.

Clinton, que em discurso na convenção democrata há alguns meses disse que seria um "soldado" na campanha de Kerry para tirar o presidente republicano George W. Bush, estava se recuperando em casa em Nova York desde a cirurgia, em 6 de setembro. O ex-presidente de 58 anos de idade, que continua sendo uma figura popular entre os democratas e um ótimo angariador de fundos, deverá participar com Kerry de um grande comício em Philadelphia.

A força de Clinton está em seu apelo junto à base democarta, como os votos de negros, em Estados como Pennsylvania, Ohio e Flórida, segundo especialistas.

– Neste ponto é improvável que convença alguém que esteja com Bush a mudar, mas ele pode energizar as pessoas que são eleitores dos democratas e garantir que votem, e se estavam um pouco ressabiados com Kerry, vão pensar 'oh, OK. Ele é OK – disse o consultor democrata Jerry Skurnik.

Pesquisas de opinião mostram os candidatos lado a lado na reta final antes da votação de 2 de novembro. A ajuda de Clinton pode ser significativa para Kerry na corrida apertada, disse Skurnik.

O estrategista republicano Nelson Warfield, que foi porta-voz da campanha perdida por Bob Dole contra Clinton em 1996, acha que o tempo já cobrou sua parte.

– Acho que a chegada de Clinton é um pouco irrelevante – disse Warfield.

As informações são da agência Reuters.