Em uma coleção até agora inédita de centenas de fotos e vídeos digitais curtos, soldados norte-americanos aparecem cometendo abusos físicos e psicológicos contra presos da penitenciária de Abu Ghraib, no Iraque. As informações foram divulgada nesta sexta, dia 21, pelo jornal The Washington Post.

As novas imagens retratam uma série de técnicas e abusos e mostram que os soldados parecem se divertir com eles. Fotos e vídeos de Abu Ghraib foram apresentados a investigadores do Exército em janeiro. As imagens começaram a vir a público no mês passado, prejudicando seriamente a reputação dos Estados Unidos no mundo árabe.

O Post disse que um dos vídeos mostra cinco presos nus e encapuzados, colocados contra a parede e se masturbando na escuridão, com dois outros detentos encapuzados encolhidos a seus pés. Outro trecho mostra um preso algemado do lado de fora de uma cela, batendo a cabeça contra o metal. No seu site, o jornal colocou uma foto em que um soldado aparece brandindo um cassetete, enquanto um preso nu, coberto por uma substância marrom, está no corredor com os braços esticados e algemas nos tornozelos.

Em outra imagem relatada pelo jornal, um preso em uniforme laranja se encolhe diante de um cão feroz.

– Homens encapuzados e cobertos são algemados a grades nos corredores. Um prisioneiro em algemas flexíveis é obrigado a usar uma banana para simular sexo anal. Dois detentos nus são algemados um ao outro. Um pelado está pendurado de cabeça para baixo de um beliche – descreve o jornal.

Os soldados também voltaram suas câmeras para si próprios, registrando cenas de sexo consensual entre eles, de acordo com o jornal.

O porta-voz do Departamento de Defesa, Lawrence di Rita, disse ao Post que as fotos se parecem com algumas das mostradas a parlamentares. Elas seriam as mesmas que o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, alertou que poderiam causar estrago se viessem a público.

O Post disse ter obtido também 13 declarações, feitas sob juramento secreto, de detentos de Abu Ghraib detalhando os abusos. Muitos deles disseram ter sido sexualmente humilhados e agredidos, ameaçados de serem estuprados e obrigados a se masturbar na frente de mulheres militares. Eles também disseram que eram "cavalgados'' como animais e obrigados a retirar sua comida de vasos sanitários.

As informações são da agência Reuters.