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 | 04/05/2004 12h56min

Mais iraquianos dizem ter sido torturados pelos EUA

Forças Armadas advertiram seis militares

Apesar de os Estados Unidos terem advertido seis militares e terem denunciado criminalmente outros seis, o escândalo de tortura de prisioneiros iraquianos prometia aumentar na terça, dia 4, quando outros habitantes do país vieram a público acusar os norte-americanos de maus-tratos.

– Se os americanos vierem me prender outra vez, prefiro cometer suicídio a ser levado para aquele lugar –  disse Sha'aban Al Janabi, apontando para a penitenciária de Abu Ghraib, localizada na periferia de Bagdá.

Janabi, detido em dezembro passado perto de Falluja e acusado de tomar parte de ataques contra as forças norte-americanas, diz ter apanhado várias vezes nos 25 dias em que ficou na prisão.

– Fui vendado e algemado. Ficamos jogados do lado de fora, em um buraco, por dez dias. Recebíamos uma garrafa de água por dia para nos limpar e para beber –  afirmou. Janabi voltou a Abu Ghraib para procurar por parentes que estavam com ele no momento da prisão.

As Forças Armadas dos Estados Unidos investigam ao menos seis casos sobre tortura de iraquianos presos pelas forças da coalizão. A informação foi divulgada pela rede de TV americana NBC. Em Abu Ghraib, onde foram tiradas as fotos exibidas pelo programa "60 Minutes" da CBS, semana passada, a investigação continua e seis militares que supervisionavam a prisão foram repreendidos formalmente por seus superiores, de uma forma que pode levar à sua expulsão das Forças Armadas.

As fotos que detonaram o escândalo foram tiradas em Abu Ghraib, perto de Bagdá, e mostram presos iraquianos forçados a simular atos sexuais e formar pirâmides humanas, observados por soldados americanos. Uma mostra um prisioneiro encapuzado de pé numa caixa, com fios elétricos ligados às mãos.

Mas as fontes da NBC dizem que ao menos cinco outras investigações buscam determinar se os abusos em prisões dos EUA poderiam ser um problema mais amplo e sistêmico.

No terreno que cerca o local, onde dezenas de milhares de pessoas teriam sito torturadas e assassinadas durante o regime do ex-ditador Saddam Hussein, dezenas de homens e mulheres reúnem-se agora à procura de parentes detidos pelos norte-americanos. Alguns iraquianos dizem que Abu Ghraib é um paraíso se comparado com o que ocorre em outras prisões controladas pelos EUA no resto do país.

Abdulla Al Dulaimi contou ter sido mantido durante um mês, em janeiro, em um centro de detenção perto da fronteira com a Síria. Al Dulaimi diz ter sido colocado, uma vez, em algo chamado ''o caixão'', uma gaiola de madeira baixa demais para que se fique de pé dentro dela. Ele afirma ter sido espancado várias vezes e ter tomado choques elétricos no pênis.

– Apanhávamos, não podíamos dormir e éramos humilhados – disse. – Se você falasse com o prisioneiro a seu lado, você teria de fazer flexões com um soldado sentado nas suas costas. Eles nos faziam ficar nus e, então, um soldado vinha nos bater com um bastão e, às vezes, nos sodomizava com um bastão – contou.

As informções são da agência Reuters.

 
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