A confusão no anúncio do novo líder do Hamas revelou a acirrada disputa para substituir o xeique Ahmed Yassin, assassinado na segunda. Dois homens em pólos distintos da organização islâmica, Abdelaziz al-Rantissi e Khaled Meshaal, chegaram a clamar para si quase simultaneamente o posto de sucessor.

Uma aparente manobra de bastidores, entretanto, terminou eliminando as diferenças e revelando ao mundo que cabe ao chefe político do Hamas, Khaled Meshaal – um palestino que vive no exílio, provavelmente na Síria – o posto de novo homem-forte do grupo. Rantissi terminou reconhecendo a liderança de Meshaal e declarou a emissoras de todo o mundo que é líder do Hamas apenas para a Faixa de Gaza.

Uma fonte do Hamas não deixou claro se Meshaal irá assumir a posição de forma permanente ou temporária. Meshaal está exilado em algum país árabe, possivelmente na Síria.

Ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato por Israel em 1997, na Jordânia. O chefe político do Hamas estava em uma rua de Amã durante o dia quando injetaram uma droga nele.

As primeiras declarações sobre a sucessão de Yassin indicavam que o novo líder seria Rantissi, um médico que se tornou um dos principais porta-vozes e uma das faces mais públicas do Hamas. O anúncio foi feito por Ismail Hanien, um dos integrantes da cúpula do Hamas, durante encontro de dezenas de milhares de partidários do Hamas num estádio de futebol da Cidade de Gaza.

– Meu povo querido, vocês que foram despejados pelos judeus de suas cidades e vilarejos, voltarão a seus vilarejos e cidades através da luta, por que não temos outra opção estratégica. A resistência continua – disse Rantissi, através de um alto-falante.

Ele afirmou ainda que o Hamas pressionará por mais ataques.

Enquanto Rantissi celebrava sua eleição no estádio da Cidade de Gaza, outra fonte anunciava que Meshaal, atual líder do politburo do Hamas e parte do grupo dos "forasteiros", fora nomeado chefe absoluto do grupo.

As informações são da agência Reuters.