Um número cada vez maior de israelenses vê com bons olhos o Acordo de Genebra para o Oriente Médio, uma iniciativa de paz informal, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda, dia 1º. Mas esses planos ainda não contam com um grande apoio popular no país. Os números, do instituto Dialogue e publicados pelo jornal Haaretz pouco antes de o acordo ser lançado formalmente nesta segunda, dia 1º, mostram que 31,2% dos israelenses dão apoio à iniciativa, enquanto 37,7% se opõem a ela.

Em outubro, uma pesquisa realizada pela Universidade Tel Aviv indicou que o acordo contava com 25% de apoio e 54% de rejeição. Desde então, uma cópia do acordo, negociado por membros da oposição israelense e por políticos palestinos, foi enviada para todos os lares do Estado judaico.

– Se a pesquisa do Haaretz reflete de forma fiel a opinião pública então estamos caminhando na direção certa. Se as pessoas derem apoio ao acordo, acho que o governo terá de nos ouvir – afirmou Yossi Beilin, um político israelense de esquerda e um dos arquitetos da iniciativa.

O governo do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, vê no acordo um gesto subversivo. A iniciativa aumenta as pressões sobre Sharon para colocar fim aos três anos de conflito com os palestinos e retomar as negociações de paz. O chefe das Forças Armadas do país e outras autoridades da área de segurança criticaram a política adotada pelo governo em relação aos palestinos.

O documento de Genebra prevê um Estado palestino, assim como o plano de paz apoiado pelos Estados Unidos, mas vai além disso e determina a remoção da maior parte dos assentamentos judaicos e a divisão de Jerusalém em duas capitais.

– Não achamos que essa iniciativa é como a Bíblia e precisa ser adotada palavra por palavra. Queremos apenas mostrar que um acordo de paz é possível – observou Beilin.

As informações são da agência Reuters.