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 | 15/11/2008 20h02min

VÍDEO: Rafael Carioca e Willian Magrão, a dupla de R$ 100 milhões

Grêmio espera manter os jogadores para a Libertadores

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

O valor das multas rescisórias de Rafael Carioca e Willian Magrão dá idéia de sua importância: os dois valem R$ 100 milhões. Mesmo que a Fiorentina faça oferta por Carioca, mesmo que apareça algum europeu atrás de Magrão, o Grêmio promete resistir. Quer mantê-los para a Libertadores.

Os volantes deste domingo contra o Coritiba, no Olímpico, ralaram antes de chegar ao clube por intermédio de parcerias com escolinhas do Brasil afora. Carioca veio do Pró-Fute, do Rio. Magrão, do CSR, o time criado por César Sampaio e Rivaldo para revelar atletas em São Paulo.


Orgulho de Marambaia, a 98 quilômetros do Rio, Carioca começou no futebol de várzea. Jogava o campeonato municipal no PM, o time do condomínio em que morava, habitado por policiais militares e seus familiares. Mudaram-se para lá porque a madrasta, Kátia, é filha de policial. Foi lá, no areião, que Rafael de Souza Pereira aprendeu a roubar a bola dos mais velhos sem cometer faltas – até porque uma chegada mais forte poderia resultar em confusão.

Do pai, Rogério, zagueiro do Botafogo de 74 e 75, com passagens pelo CSA e Joinville, aprendeu a se posicionar em campo.

— Eu era meia-esquerda, mas queria mesmo jogar de volante. Sempre gostei de sair de trás, com a bola dominada — contou Carioca, torcedor do Botafogo na infância.

— Este toque refinado do Rafael é de família, tá no DNA — brinca Rogério, 54 anos, e que ainda mora no condomínio de Marambaia.

Até chegar ao Grêmio, Rafael Carioca passou pelas peneiras do Sendas, no Rio, depois do Pão de Açúcar, em São Paulo. Segundo ele conta, superou 36 mil guris, até brigar com a direção do clube paulista e voltar ao Rio, dessa vez para o Pró-Fute.

Já Willian Magrão não teve um caminho tão tortuoso. O parceiro de Carioca nos quartos da concentrações e no meio-campo, começou em Osasco, no CSR, junto com Kléber, hoje no Palmeiras. Depois foi para o Mogi Mirim. Há três anos, foi contratado pelo Grêmio.

— Acho que nos completamos. Eu marco mais e domínio a bola e logo dou o passe. Já o Carioca não vai tanto ao ataque, chuta pouco a gol, mas é mais habilidoso e conduz melhor a bola — analisa Magrão.

O ar zen e o jeito caipirão de Willian Magrão somem quando perguntado se ele e Rafael Carioca são os “cães de guarda” da defesa:

— Cão de guarda é o volante que só marca e bate muito. Não somos assim. Às vezes, até acho que somos refinados demais para a função.

Realmente, Celso Roth até já pediu aos dois para que “cheguem mais” nos adversários. Mas a categoria fala mais alto. Carioca tem média de apenas 2,1 faltas por jogo. Chegou a ficar 13 rodadas pendurado com dois cartões amarelos. Algo impensável para um volante.

Elogiado por Muricy Ramalho, que o colocou na seleção do campeonato, Carioca mostra confiança:

— Pelo que estou fazendo, me vejo como o melhor volante do Brasileirão. Mas há o Guinãzu e o Ramires.

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