| 04/08/2008 18h09min
Quando a Seleção Brasileira foi eliminada pela França na Copa do Mundo de 2006, boa parte das críticas referentes à campanha recaíram sobre os ombros de jogadores como Cafu, Ronaldo, Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho. Este último, então no Barcelona, vem tendo dificuldades desde então para repetir os bons desempenhos que o transformaram no melhor jogador do mundo em 2004, e 2005 e que o levaram para aquele Mundial.
No entanto, Ronaldinho garante ter ficado bastante abalado com a derrota por 1 a 0 para a França nas quartas-de-final da Copa da Alemanha. O jogador, agora detentor da camisa 80 do Milan, assegura que sua reabilitação pode vir com a disputa do torneio masculino de futebol do Jogos Olímpicos de Pequim. E que nem mesmo seu eterno
sorriso no rosto esconde a seriedade com que a
competição vem sido tratada.
– A Copa de 2006 foi uma experiência horrível para mim e para todo o time. Antes, me consideravam o Pelé; depois, foram só críticas. Disseram que eu não tinha mais vontade de jogar, que eu tinha ido para a noite após o jogo. Ninguém me perguntou como é que eu me sentia. Eu poderia ter respondido o quanto fiquei decepcionado. Mas aprendi muito com tudo isso – garantiu, em entrevista ao jornal esportivo italiano Gazzetta dello Sport.
Em má fase na carreira, o craque acabou se despedindo do Barcelona após o primeiro semestre, após o desligamento do técnico Frank Rijkaard. Campeão da Liga dos Campeões da Europa de 2006 com o time catalão, Ronaldinho acabou vítima de contusões e atuou em apenas 26 jogos do Barça na última temporada – a qual ele descreve como a pior de sua vida.
– Nunca tive de parar de jogar por tanto tempo. Não podia nem treinar. Quanto mais eu olhava jogos pela televisão, mais eu ficava triste. Felizmente, minha família me protegeu e me deu forças, mesmo sofrendo junto comigo. Acusaram meu irmão (Roberto de Assis Moreira, o Assis), que também é meu agente, de me desestabilizar, de estar interessado apenas em dinheiro. Mas fomos todos em frente – disse o jogador, que se disse surpreso com a reação negativa frente a suas férias.
– Virei um Maradona, no centro das polêmicas. Quando estou de férias, faço o que eu quiser. Durante a temporada, comporto-me como um profissional sério. Mas quando o campeonato termina, estou livre. Não podemos misturar as coisas. Para ser um bom atleta, é preciso se sentir bem, ser feliz. Dou o máximo de mim dentro de campo, mas quando termina este período, eu aproveito a vida – admitiu.
A felicidade, por sinal, é uma das credenciais apresentadas por Ronaldinho Gaúcho para disputar com sucesso as Olimpíadas. Convocado pelo técnico Dunga para ser o camisa 10 da jovem geração, o jogador acredita que pode contribuir para a conquista da inédita medalha de ouro no futebol masculino – o que não conseguiu quando participou do torneio pela primeira vez, em 2000, na edição disputada em Sydney.
– Todo mundo tem duas caras: uma feliz, sorridente, quando tudo vai bem, e uma triste, quando tudo vai mal. Prefiro o lado bom. Tive alguns problemas, mas guardo-os para mim. Não quero passar meus problemas para os outros. O futebol olímpico é uma competição histórica para o Brasil. E para ganhá-la, é preciso estar feliz – decretou.
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