| 27/06/2008 08h15min
Desde segunda-feira, a rotina do centroavante Marcel não se altera. Quando sai de casa, no bairro Menino Deus, ouve do porteiro do prédio o pedido para que ajude o Grêmio a vencer o clássico de domingo. Paulista de Mirassol e estreante em Gre-Nal, o centroavante se mostra impressionado com o efeito que o maior jogo gaúcho provoca nas pessoas. É a mesma sensação vivida por Victor, Réver, Willian Magrão, Roger, Paulo Sérgio, Helder e Perea, os outros sete debutantes gremistas.
– Hoje (ontem), cheguei ao estádio às 8h e já havia fila para comprar ingresso. O pessoal aqui é muito mais fanático do que em qualquer outro lugar – diz Marcel, cujas passagens por Coritiba e Cruzeiro permitiram conhecer a rivalidade com Atlético-PR, Paraná e Atlético-MG.
Marcel assistiu das cadeiras do Olímpico ao último Gre-Nal, dia 16 de setembro. Ainda se recuperava de cirurgia de apendicite. Desta vez, seus planos são audaciosos.
– O jogo é especial.
Passa um monte de coisas pela minha cabeça
quando estou deitado. Mentalizo os cruzamentos e como fazer para me desvencilhar da marcação. Tudo que quero é fazer um gol. Se for de cabeça, melhor ainda – empolga-se o centroavante, autor de dois gols pelo Grêmio neste retorno ao clube.
Roger fala em raça
Bem articulado, Roger diz que a exacerbada rivalidade local se explica pela existência de apenas dois grandes clubes. No Rio e em São Paulo, cidades em que também atuou, "ela se dilui mais" pela quantidade de rivais. Livre dos traumas provocados pela seqüência de lesões musculares sofridas no tempo do Flamengo, o meia se diz preparado para enfrentar as asperezas do jogo.
– Pela proximidade com Argentina e Uruguai, os gaúchos têm esse espírito de raça, de gente acostumada a brigar por territórios. Vou tentar encarnar esse mesmo espírito. E agregar ao clássico o que aprendi de bom em outros locais – promete o meia.
Victor
ansioso
Reconhecido pela frieza em campo, o
goleiro Victor sabe que, desta vez, será diferente. Ele pensa na emoção que sentirá ao entrar em campo e enxergar o estádio lotado. Nas suas idas ao shopping e ao supermercado, ele sente "o clima da partida".
– Estaria mentindo se falasse que não estou ansioso. O coração vai bater forte quando eu pisar no gramado – confessa.
O colombiano Perea garante ter bom retrospecto nos clássicos disputados na Colômbia. Suas contas registram seis gols pelo Nacional, de Medellín, contra o Independiente, curiosamente vermelho como o Inter.
– Lá é uma guerra. E sempre marquei gols. Aqui, também quero fazer minha história no clássico. Sei que todos esperam por este jogo – afirma.
Autor de três gols no Brasileirão, o atacante prefere não fazer promessas para domingo. Seu único compromisso "é a entrega no jogo". O grupo de estreantes do Olímpico conta ainda com o lateral Paulo Sérgio, o zagueiro Réver e os guris Magrão e Helder,
que ainda não jogaram o clássico como
profissionais.
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