No treinamento da seleção portuguesa nesta terça-feira a impressão era a de que a Eurocopa seria disputada novamente em Portugal. O Estádio de la Maladiere, em Neuchatel, estava com quase todos os 12 mil lugares ocupados por uma torcida vestida de vermelho e verde, com bandeiras, cartazes e gritos de incentivo.

Gritos, aliás, não faltaram a cada toque de Cristiano Ronaldo na bola. Houve até hino nacional antes de a bola rolar num coletivo de quase 90 minutos comandado por Luiz Felipe Scolari. As informações são do site GloboEsporte.com.

Nos bares do bem projetado La Maladiere, inaugurado no ano passado, não faltaram nem bolinhos de bacalhau. Saborosos, mas vendidos a salgados 7 francos suíços (11 reais) a porção com três.

Neuchatel não foi escolhida como sede dos portugueses na Eurocopa à toa. Na região vivem mais de 10 mil portugueses, que representam quase 30% do número de imigrantes nesta parte da Suíça. Como o eletricista José, que trocou o Porto por Neuchatel há sete anos e foi ao estádio acompanhado da família e carregando no colo o filho Diogo, de 1 ano. Português nascido na Suíça.

– Eu vou estar aqui sempre que eles abrirem o treino ao público. É a chance de nos sentirmos mais em casa e ver os ídolos de perto – diz José.

Esse foi o primeiro treino com presença de torcida e, de acordo com a programação oficial, único antes da estréia de Portugal na Eurocopa, sábado, diante da Turquia, em Genebra. 

Em campo, Cristiano Ronaldo deu um show à parte para a torcida, mas houve vários setores em que a coisa não andou bem. Felipão teve especial preocupação com jogadas aéreas e bola parada. Também revezou os atacantes na frente ainda parecendo buscar uma formação ideal, seja com Nuno Gomes, Hugo Almeida, Nani ou Quaresma. Além disso, o goleiro Ricardo, que passou a temporada no banco do Bétis, falhou bastante. Nada que preocupasse a torcida, que fez "ola" e foi embora do estádio fazendo festa, mesmo debaixo de chuva.