| 26/03/2008 14h16min
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cobrou hoje a abertura dos gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após participar de conferência na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre marco regulatório, ele provocou.
— Se eu fosse o presidente Lula, eu diria: venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como é que foi gasto, não tem problema nenhum. Abre, mostra, é melhor. Não é preciso fazer dessa questão um cavalo de batalha — afirmou o ex-presidente.
A respeito de sua gestão, FHC disse que suas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e "que o resto é onda para disfarçar" o fato de que na atual gestão o número de cartões corporativos foi multiplicado por dez e há um elevado volume de recursos sacados em dinheiro.
— Esses são fatores concretos que deram origem à CPI, o resto é exploração política. Com relação ao passado, não tem nada determinado, é mera exploração política — emendou.
Apesar das críticas sobre o
aumento do número de cartões corporativos no atual governo e dos saques em dinheiro, o ex-presidente tucano diz que essa é uma forma correta de controle dos gastos públicos.
— O cartão corporativo é bom porque deixa registrado quem fez e porque fez. O que é errado é pegar o cartão corporativo e usar para sacar dinheiro e não explicar — disse.
Ao cobrar do presidente Lula a abertura dos gastos, FHC disse que é um equívoco dizer que existe conta sigilosa ou secreta da Presidência da República. "Eu não abri (as minhas contas), elas sempre estiveram abertas. Criou-se uma noção equivocada, não existe conta secreta ou sigilosa da Presidência e tampouco das contas pessoais, porque não se pode usar recursos públicos para o pagamento de contas pessoais. Se houver recurso público para pagamento de conta pessoal, não pode, está errado", argumentou.
Defesa
O ex-presidente disse que ficou constrangido com a
forma como uma revista semanal divulgou suas contas. E
contestou as informações publicadas, dizendo que no caso dos champanhes, não foi gasto pessoal seu e nem de eleição.
— Foi gasto protocolar, houve uma recepção da posse, com champanhe nacional, coisa protocolar — afirmou.
FHC também refutou a divulgação dos gastos de sua esposa, Ruth Cardoso.
— Disseram que ela gastou com um presente em visita à Colômbia. Não foi ela, se gastou foi o cerimonial para retribuir o presente (concedido à esposa de um chefe de Estado), coisa normal, não é gasto pessoal — afirmou.
FHC disse que esse tipo de informação tem de ser divulgado "direitinho e não da maneira errada como foi feito, para não dar a falsa sensação de que se está usando mal os recursos públicos".
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