| 15/03/2008 05h06min
Os disparos e enfrentamentos continuam neste sábado na cidade tibetana de Lhasa, uma cidade sitiada pelos tanques, veículos blindados e ônibus do Exército chinês, em um conflito no qual já morreram pelo menos 10 pessoas.
— O centro histórico tibetano, onde se encontra o templo Jokhang, símbolo do budismo, e onde manifestantes tibetanos atearam fogo ontem em mais da metade das lojas de chineses instaladas no local, permanece sitiado — declarou uma testemunha que preferiu se manter no anonimato.
Segundo a fonte da agência Efe, lojas, bares e todos os tipos de negócios administrados por chineses no Tibete, além de companhias de telefonia celular da China, foram alvo de ataques de manifestantes tibetanos que se queixam da falta de emprego, do deficiente acesso a serviços como a saúde e da alta dos preços. A agência chinesa Xinhua confirmou neste sábado a morte de pelo menos 10 pessoas nos distúrbios de sexta-feira e informou que as vítimas eram comerciantes.
Lhasa estaria em estado de
sítio desde esta sexta-feira, segundo a fonte. O informante também especulou a possibilidade de que as forças chinesas já tenham entrado na fase de repressão e de buscas nas residências pelos participantes dos distúrbios desta sexta-feira, considerados os piores das duas últimas décadas.
Os protestos começaram em 10 de março, quando centenas de monges foram às ruas para lembrar pacificamente o aniversário da rebelião de 1959 contra o mandato chinês, que acabou com a ida ao exílio de cerca de 100 mil tibetanos, entre eles o Dalai Lama.
A última insurreição no Tibete contra o governo chinês havia ocorrido em 1989 e também começou em 10 de março. A rebelião de 1989, que deixou várias dezenas de mortos, levou o governo chinês a declarar a lei marcial por 13 meses.
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