O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, iniciou o pregão desta quinta-feira em forte queda, diante da piora geral dos ativos no mercado internacional e forte aumento de aversão à tomada de posições de risco pelos investidores. O índice à vista caía 2,54%, a 60.596 pontos, às 10h15min.

A quinta-feira vai exigir sangue-frio dos investidores. O mercado financeiro global está bastante apreensivo com o provável colapso de um dos fundos do Carlyle Capital, que tem US$ 16 bilhões remanescentes em sua carteira. Já no cenário doméstico, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizou viés de alta da taxa básica de juros (Selic). O teor da ata do Copom foi muito pior do que o mercado esperava, trazendo uma visão "agressiva" para os juros, o que deve impor um sentimento de cautela para o setor produtivo.

O BC admitiu a possibilidade de um "ajuste" na taxa Selic, "para reforçar a ancoragem das expectativas de inflação não apenas para 2008, mas também no médio prazo e para reduzir o descompasso entre as trajetórias da demanda e oferta agregada". A autoridade monetária informa ainda que os riscos para o cenário benigno da inflação são "relevantes".

Do lado externo, o colapso de um dos fundos do Carlyle Capital empurrou as bolsas para baixo. Tóquio encerrou em queda de 3,3%. Na Europa, as bolsas operam em baixa superior a 2%. O enfraquecimento do dólar potencializa o sentimento forte de aversão ao risco, o que está provocando uma corrida ao ouro, cujo contrato futuro com vencimento em abril negociado na Comex (divisão de metais da Bolsa Mercantil de Nova York) atingiu o recorde de US$ 1 mil a onça-troy (equivalente a 31 gramas) nesta manhã. O petróleo cravou novo recorde, negociado a US$ 110,70 o barril na plataforma eletrônica da Nymex, e a US$ 106,80 em Londres.