A taxa de câmbio subiu 0,4% e fechou a R$ 1,75 por dólar, na cotação máxima registrada no dia, tanto no mercado interbancário quanto no pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Pela manhã, a moeda americana chegou a ser negociada em baixa (R$ 1,74), enquanto as bolsas de valores operavam em alta. Mas a oscilação dos índices de ações em Nova York e na bolsa brasileira, firmando-se em queda após o depoimento do presidente do banco central americano (Fed), Ben Bernanke, no meio da tarde, levou o câmbio a se ajustar para cima.

Ele manteve a porta aberta para mais cortes de juro nos Estados Unidos, afirmando que os riscos de baixa para o crescimento econômico do país prosseguem nos mercados imobiliário, de crédito e no emprego. Bernanke, porém, demonstrou otimismo sobre as perspectivas da economia americana para o fim deste ano e 2009, quando a combinação de estímulo fiscal (o pacote de US$ 168 bilhões sancionado ontem pelo presidente George W. Bush) e monetário deve começar a surtir efeito.

Os investidores elevaram suas expectativas de cortes dos juros nos EUA. Após as declarações de Bernanke, o contrato futuro dos Fed Funds (fundos de títulos federais americanos) de abril projetava 100% de chance do BC do país baixar os juros em meio ponto percentual, para 2,5% ao ano, na reunião de 18 de março e cresceu de 8% para 22% a chance de um corte de 0,75 ponto percentual. A mudança de humor do mercado após o discurso de Bernanke gerou oportunidades de negócios no mercado de câmbio, uma vez que o dólar havia acumulado baixa de 1,5% na BM&F e de 1,47% no interbancário nos três dias anteriores.

Investidores domésticos e estrangeiros aproveitaram o momento de retomada da cautela externa, com os riscos de recessão da economia americana e apostas em mais cortes de juros por lá para ajustar "posições compradas" (de que o dólar vai se valorizar). O aumento da demanda por moeda mais que dobrou o volume negociado no câmbio hoje ante o registrado ontem. Por volta das 16h15min, o giro total à vista estava em cerca de US$ 3,33 bilhões.