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 | 22/01/2008 21h48min

Crise em Gaza: palestinos voltam a receber combustível após quase dois dias às escuras

Residências palestinas também ficaram sem água por não haver energia para o bombeamento

A Faixa de Gaza passou a receber hoje de Israel a quantidade exata de combustível necessária para o abastecimento da região por uma semana, após quase 48 horas nas quais o governo israelense deixou a maior parte dos habitantes do território palestino sem luz elétrica e calefação.

A retomada do fornecimento dissipa provisoriamente a ameaça de uma crise humanitária generalizada que pairava sobre a Faixa desde que a única usina local de geração de eletricidade parou de funcionar no domingo por falta de combustível devido ao bloqueio israelense.

Cerca de 40% dos lares ficaram inclusive sem água potável por causa da falta de energia para bombeá-la, depois de Israel ter decidido na quinta-feira fechar todas as passagens fronteiriças, em resposta ao lançamento de dezenas de foguetes por milícias palestinas em território israelense nos dias anteriores.

Na noite de segunda-feira, após diversos protestos internacionais e negociações diplomáticas, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, autorizou a entrada de assistência médica na Faixa de Gaza por três dias e o fornecimento de combustível para uma semana. Além disso, os cinco primeiros caminhões-pipa entraram na região na manhã desta terça-feira.

Segundo a rádio pública israelense, a partir de hoje o país também fornecerá gasóleo para uso doméstico, remédios, alimentos e bolsas de náilon solicitadas pela agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês).

Apesar da suspensão parcial do bloqueio energético, os habitantes da Faixa — dentre os quais 80% dependem de ajuda humanitária — continuarão sem receber combustível para veículos, de acordo com o que foi dito nesta segunda-feira pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert:

— No que diz respeito a mim, podem ir a pé — declarou o chefe de estado.

Mahmoud al-Khuzendar, porta-voz do sindicato de proprietários dos postos de gasolina neste território palestino — os quais continuam fechados — lembrava hoje que há doentes que precisam dos carros para serem transportados.

— Que lei proíbe os moradores de Gaza de usarem seus veículos? — questionou.

Olmert já deixou claro que a vida no local continuará a não ser cômoda e agradável enquanto foguetes caírem sobre Israel, e Barak advertiu, pouco depois de anunciar a interrupção parcial do bloqueio, que aumentará a pressão sobre a Faixa. Diante desta perspectiva, os palestinos passaram a olhar para a fechada fronteira com o Egito.

A passagem de Rafah permanece fechada desde que o movimento islâmico Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, em junho, após ter expulsado as forças leais ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas. Abdel Kader al-Higazi, secretário-geral do Comitê de Salvamento Humanitário do Sindicato de Médicos do Cairo que duas toneladas de ajuda humanitária enviadas pela organização permanecem bloqueadas no lado egípcio da fronteira.

Apesar da posição israelense quanto à Faixa, Abbas assegurou hoje que vai manter as conversas de paz com Olmert.

— Cortar os contatos com Israel é inútil. Pelo contrário, devem ser intensificados para acabar com o sofrimento (do povo palestino) — disse Abbas em sua primeira declaração pública desde que o governo israelense intensificou o cerco ao território palestino.

A entrega de combustível não acalmou os milicianos palestinos, que lançaram hoje, sem causar danos, cerca de dez foguetes Qassam, e não afetou a apresentação no Conselho de Segurança da ONU de uma minuta que condena o bloqueio israelense à Faixa, texto que será vetado pelos Estados Unidos, como já foi anunciado.

EFE
 
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