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 | 04/10/2006 15h13min

Aeronáutica diz ser prematuro apontar culpados por acidente aéreo

Ministro diz que nenhum dos aviões recebeu autorização para mudar de altura

A Aeronáutica brasileira advertiu hoje ser prematuro assinalar possíveis responsáveis pelo acidente que na sexta-feira causou a morte dos 155 ocupantes de um Boeing 737-800 da companhia aérea Gol, na Amazônia.

A advertência foi feita em meio às numerosas versões da imprensa que, citando fontes oficiais não identificadas, apontam os pilotos americanos de um avião executivo Legacy como os supostos responsáveis pela maior tragédia aérea da história do Brasil.

O Boeing, que voava de Manaus para o Rio de Janeiro com escala em Brasília, caiu na tarde da sexta-feira em uma região da Amazônia, após ter se chocado em pleno vôo com o Legacy, que se dirigia aos Estados Unidos com sete pessoas a bordo.

O avião executivo conseguiu fazer uma aterrissagem de emergência, com avarias em uma das asas. Seus ocupantes informaram terem visto apenas uma sombra, e escutado um forte barulho, antes de sentir um impacto.

– O comando da Aeronáutica reitera que não existe nenhuma confirmação em relação a possíveis responsáveis pelo acidente –  assegurou um comunicado divulgado hoje pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

– Seria prematuro atribuir possíveis responsabilidades, estabelecer quaisquer julgamentos de valor ou tecer comentários neste momento, já que as investigações ainda estão em curso – acrescenta o texto.

Segundo versões divulgadas hoje por alguns jornais do país, peritos da Aeronáutica consideram que o piloto e o co-piloto do Legacy tiveram parte da responsabilidade no acidente, por manterem o aparelho em uma altura não autorizada e negar-se a atender os chamados feitos pelas torres de controle.

As mesmas versões indicam que o Legacy tinha sido autorizado a voar a 37 mil pés de altura (11.285 metros) entre São José dos Campos e Brasília, de onde deveria prosseguir a 36 mil pés de altura (10.980 metros) até Manaus, em onde faria uma escala.

– Algum dos dois aparelhos devia estar fora de sua rota. O Boeing tinha que estar a uma altura de 37 mil pés e o avião executivo a cerca de 36 mil pés. Mas ainda não podemos afirmar qual saiu da rota – disse na terça-feira o comandante da Aeronáutica, general Luis Carlos Bueno.

O ministro da Defesa Waldir Pires afirmou hoje que nenhum dos dois aviões recebeu autorização para mudar de altura.

O piloto americano Joseph Lepore e o co-piloto Jean Paul Palladino tiveram que entregar seus passaportes à Polícia, devido a uma ordem judicial que lhes impede de deixar o Brasil.

Segundo o promotor Adriano Roberto Alves, que pediu a retenção dos passaportes, os documentos serão devolvidos ao fim das investigações.

– Existem várias linhas de investigação, e não está descartada uma falha por parte dos pilotos do avião executivo – afirmou.

Os dois pilotos, que inicialmente haviam sido convidados a permanecer no país para colaborar nas investigações, tiveram que dar explicações à Polícia, Aeronáutica e Agência Nacional de Aviação Civil. Alves também pediu que a Polícia Federal abra uma investigação por conduta imprudente contra os pilotos, o que deve ocorrer ainda hoje.

AGÊNCIA EFE
 
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