Durante entrevista exclusiva do candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, à Rádio Gaúcha, nesta manhã, Lula garantiu que as comunidades mais pobres o apóiam, pois se identificam com sua origem humilde.

– Antigamente o povo pobre não votava em mim porque acreditava que uma pessoa igual a eles não seria capaz de ter uma boa atuação. Hoje é diferente. Eles votam em mim porque sou igual a eles. Brizola dizia que devemos agradecer a Deus todos os dias por nos permitir sair de onde saímos para fazer o que fazemos –, declarou, lembrando ainda a importância da era Vargas para o Brasil de hoje.

Momentos antes de encerrar a entrevista, Lula celebrou a atuação de Dilma Rousseff à frente da Casa Civil dizendo que ela fala sem teorizações.

–Dilma tem prestado um serviço extraordinário porque tem a cabeça voltada para o gerenciamento das coisas do governo brasileiro. Ela tem foco objetivo de cuidar da administração e dos projetos. Ela facilita muito as coisas. Montou uma equipe altamente competente. Estou plenamente realizado com o trabalho dela. Num segundo mandato, isso será melhor ainda –, afirmou.

Sobre a candidata do P-Sol à Presidência, Heloísa Helena, e a expulsão da senadora do PT, Lula disse que o partido teve suas razões.

– Ela votava sistematicamente contra o partido. A vida política vai passando por processos de depurações até que as coisas se consolidem.

No único momento em que comentou a política externa do Brasil, Lula disse que o País nunca teve relações tão boas com a Argentina. No entanto, disse que não sabe se o presidente Néstor Kirchner participará de um comício pela sua reeleição em Porto Alegre. Declarou ainda que, apesar da amizade, “politicamente não há necessidade de apoio do presidente do país vizinho”.

Além disso, declarou que as relações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, são independentes das relações entre os Estados.

– Os laços econômicos mostram que os países podem crescer muito atuando juntos. É preciso uma relação de Estado para Estado e não entre pessoas.