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Arafat deve disputar eleições palestinas

Em aparente resposta à pressão do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para que Yasser Arafat se demita, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou nesta quarta-feira, dia 26, que fará eleições presidenciais em meados de janeiro e Arafat deve apresentar-se à reeleição. O ministro palestino Saeb Erekat disse que Arafat determinou a realizaçÃo de eleições entre 10 e 20 de janeiro, e também prometeu reformar serviços de segurança, instituições financeiras e tribunais em três meses.

Erekat fez o anúncio em Jericó, na Cisjordânia, dois dias depois de Bush afirmar que os palestinos precisam eleger uma liderança "que esteja comprometida com a paz". Para Bush, o problema é que as pesquisas de opinião dão uma ampla vantagem a Arafat na tentativa de reeleger-se, o que significa que os palestinos podem dar um novo mandato a um político que Washington preferia ver isolado.

Erekat disse que a ocupação de áreas palestinas pelo exército israelense prejudica as eleições e as reformas.

Israel comemorou a proposta de paz de Bush, como prova de que os Estados Unidos estão dispostos a isolar Arafat, como quer há vários meses o primeiro-ministro Ariel Sharon. Já o mundo árabe demonstrou decepção com a proposta. Jericó é a única cidade palestina da Cisjordânia que não está ocupada por forças israelenses, em represália pelos últimos atentados suicidas. Outras sete localidades (Ramallah, Belém, Hebron, Qalqilya, Tulkarem, Nablus e Jenin) permanecem ocupadas na quarta-feira, com centenas de milhares de palestinos presos em casa, sob toque de recolher.

Em Jenin, médicos palestinos informaram que as forças israelenses mataram a tiros um menino de oito anos. O exército de Israel afirmou que tentou dispersar uma multidão que estava violando o toque de recolher e assegurou que está investigando o incidente.

Bush  busca apoio de aliados para derrubar Arafat. O presidente norte-americano recebeu informações de que Arafat ajudou a financiar um grupo responsável por atentados suicidas em Israel. Representantes britânicos e canadenses não receberam com entusiasmo a idéia.

 
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