Em seu plano de paz para o Oriente Médio, anunciado nesta segunda-feira, dia 24, na Casa Branca, o presidente dos EUA, George W. Bush, defendeu a criação de um Estado palestino provisório até o final do ano, mas enfatizou a necessidade de substituir o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, por líderes que estejam comprometidos com a paz.

– Quando o povo palestino tiver novos líderes, novas instituições, e novos acordos de segurança com seus vizinhos, apoiaremos a criação de um Estado Palestino – disse Bush em um discurso adiado e bastante esperado sobre sua política para o Oriente Médio.

No dia 7 de maio, após uma reunião com o premier de Israel, Ariel Sharon, em Washington, Bush já havia solicitado reformas na direção palestina, sem, no entanto, fazer uma referência direta à saída de Arafat do poder. Na época, também defendeu a necessidade de mudanças no sistema de segurança palestino, visando o fim dos atentados suicidas, e de "transparência, leis e um Ministério da Fazenda capaz de combater a corrupção".

O presidente americano disse que entende o desespero e os anseios do povo palestino, mas lembrou que é necessário haver uma liderança democrática que apóie medidas eficazes para se alcançar a concretização do Estado provisório.

Em entrevista à rede de televisão americana CNN, o dirigente palestino Saeb Erakat afirmou que Arafat assinou um decreto que prevê a realização de eleições presidenciais nos territórios palestinos no começo do próximo ano. Ressaltou, no entanto, que o pedido de Bush por uma nova liderança é inaceitável, uma vez que Arafat "foi eleito pelo povo palestino".