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 | 27/04/2006 20h57min

Colorado vira pra cima do Nacional e vence por 2 a 1

Com nove homens em campo, time garantiu vantagem para a volta

O Inter venceu o Nacional nesta quinta, de virada, por 2 a 1, em Montevidéu, no jogo de ida das oitavas-de-final da Libertadores. O toque heróico foi dado pelo fato do Colorado jogar com nove em campo a partir dos 37 da etapa final. Vanzini abriu o placar no Parque Central, aos 30 minutos de partida. No finalzinho do primeiro tempo, Jorge Wagner, com uma belíssima cobrança de falta. Rentería, que substituiu Sobis no intervalo, corroborou a fama de amuleto e marcou um golaço, com direito a balãozinho no zagueiro e bola encobrindo o goleiro.

O jogo começou movimentado, com as duas equipes atacando e perdendo gols. Logo aos quatro minutos, Fernandão recebeu um presente do capitão uruguaio Vanzini – que errou um passe – driblou o goleiro, mas a bola bateu em seu pé direito e correu demais. Um minuto depois, Clemer fez grande defesa depois do chute de Britez, que ficou com a sobra do bate-rebate na área decorrente de cobrança de falta.

Aos 13, Rafael Sobis recebeu de Jorge Wagner um cruzamento da direita, mas errou a finalização e a bola foi parar nas mãos do goleiro Bava.

Vanzini, um dos jogadores que mais deu trabalho para a defesa do Inter no primeiro tempo, abriu o placar. Depois da cobrança de escanteio, da esquerda, o capitão uruguaio subiu sozinho, no meio de gol. Se logo no início do jogo ele ajudou Fernandão – que não aproveitou – foi a vez de receber de volta a gentileza: nenhum colorado subiu junto com ela para impedir-lhe o cabeceio. Depois disso, Clemer não segurou o chute, apesar de a bola ter ido em cima do seu corpo.

Porém o camisa 1 do Inter se redimiria dez minutos depois. Castro passou por Bolívar, dentro da área, e mandou uma bomba em direção ao arqueiro, que espalmou, cedendo escanteio.

A derrota por 1 a 0 não era um mau resultado. Mas o Inter queria trazer uma vantagem do Uruguai. E assim se fez. Jorge Wagner, que figurou no banco de reservas durante praticamente todo o Gauchão e a primeira fase da Libertadores, deu uma demonstração de sua principal função no Inter: a perfeição na bola parada. Fabinho sofreu falta na meia-direita. O baiano cobrou, com precisão cirúrgica, no canto superior esquerdo da meta de Bava. Estava garantida, pelo menos provisoriamente, a vantagem que o time brasileiro buscava na casa do adversário.

Se o primeiro tempo foi emocionante, a etapa complementar conseguiu ser ainda melhor.

Antes mesmo de o Inter rolar a bola para reiniciar o jogo, Rentería entrou no lugar de Rafael Sobis. Já no primeiro minuto, mostrou a que veio: quase marcou com um chute forte, depois de receber passe de Alex, que conduzia pelo meio.

A torcida uruguaia também protagonizou lances no Parque Central. Porém estes nada agradáveis: jogaram uma bomba no gramado, em cima de Clemer. O goleiro colorado ficou caído por alguns instantes. Enquanto ele recebia atendimento médico, o capitão Vanzini se dirigiu à torcida e pediu que parassem de atirar objetos no gramado.

O jogo recomeça e as duas equipes oferecem perigo. Aos 18 minutos, Rentería, de novo, leva a zaga do Nacional ao desespero. Recebe passe de Adriano, escapa da marcação, mas erra o chute na cara do gol, desperdiçando sua segunda grande chance.

Mas três seria demais. Então, o colombiano não deixou passar a oportunidade seguinte, marcando um belo gol, com direito a balãozinho no zagueiro e chute encobrindo o goleiro. O atacante recebeu na entrada da área, pela meia-direita, tirou o adversário com um chapéu e, sem deixar a bola cair, mandou um chute seco para o fundo das redes.

Feliz, comemorou com sua dança típica ruquerraque. Porém, na frente da torcida adversária, o que o juiz entendeu como provocação. Não seria nada demais, se este cartão não se somasse a outro, aos 31 minutos, quando o colombiano marcou a saída de bola do goleiro Bava e o juiz entendeu que o atacante não respeitou a distância regulamentar. O Inter ficava com um homem a menos.

Isso também não seria tão ruim. Isso se Ediglê, que entrou aos 35 minutos, não tivesse pisado em cima do adversário que estava caído no chão. Ruiz deu o cartão vermelho direto, dando contornos dramáticos aos minutos finais.

O Nacional sentiu o momento e tentou uma reação. Porém sem eficiência na finalização. O Inter se segurava. Até Fernandão, que não esteve nos seus melhores dias, voltava para marcar. Após os longos cinco minutos de acréscimo, o juiz finalmente apitou e o Inter garantiu uma vantagem importante.

Beneficiado pelo gol qualificado, o Colorado recebe o Nacional na próxima quarta, dia 3, no Beira-Rio, podendo perder por 1 a 0. É jogo de casa cheia e para confirmar classificação às quartas-de-final da Libertadores.

MARIANE HAHN
 
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