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As incertezas em relação ao dólar na Argentina agravaram o problema de desabastecimento. Cada vez faltam mais produtos nas gôndolas dos supermercados e nas prateleiras das lojas, inclusive os de primeira necessidade, como alimentos e remédios.
Os comerciantes argentinos estão deixando de vender por causa da instabilidade do dólar, pois não sabem que preço pagarão na hora de repor os estoques. Além disso, não querem adquirir produtos caros que, devido à recessão, não terão compradores. Ontem, cambistas vendiam a moeda americana a 2,30 pesos. Analistas prevêem que o dólar pode facilmente ultrapassar os 3 pesos.
Os comerciantes aguardam o fim do feriado bancário para saber como ficará o mercado. Enquanto isso, mantêm as prateleiras vazias. Em geral, os produtos que sumiram dos supermercados são os vinculados ao dólar, como medicamentos, equipamentos eletrônicos e artigos de limpeza. Os estoques das grandes redes varejistas estão se esgotando, e as mercadorias não são repostas. Os pequenos comerciantes pararam de vender.
A situação é ainda pior porque os fornecedores decidiram encurtar os prazos de pagamento. Isso obriga os comerciantes a aumentar os preços. Alguns fornecedores condicionam a venda ao pagamento de 50% do valor no pedido e o saldo na entrega dos produtos. As medidas anunciadas pelo governo argentino não abrirão caminho para a recuperação econômica, e a crise deve se agravar, previu ontem, em Londres, o diretor-sênior para finanças públicas da agência de classificação de risco Fitch Ratings, Richard Fox:
– A confusão na Argentina é enorme, e nesse estágio tudo ainda pode acontecer. O país ainda está distante do ponto de início de superação da crise e veremos muita volatilidade política e mudanças de rumo.
O analista não descarta que, ante a forte desvalorização do peso, o país se decida como última opção por dolarizar a economia:
– Essa hipótese, que pode se tornar quase que compulsória, não pode ser descartada.
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